Viana faz fronteira com os concelhos do Alvito, Alcácer do Sal, Évora e de Montemor-O-Novo. De Évora a Viana do Alentejo, são 20 minutos de carro pela N254.
É uma terra de grandes planícies, no passado utilizada no cultivo de trigo e de magníficos olivais do tempo do Rei Dom Dinis, o Lavrador.
Não há transporte público ao longo deste percurso – pelo menos nenhum que faça sentido para saltar e dar uma rápida olhadela nos arredores. Portanto, vai precisar dum carro.
Castelo de Viana do Alentejo
- Coordenadas: 38.331943, -8.001900
Viana do Alentejo é uma típica povoação do sul alentejano – preserva um interessante Castelo de influência mudéjar e manuelina.
As paredes do castelo foram construídas sobre um plano pentagonal por Dom Dinis em 1313, e os edifício no interior foram ampliados com Dom João II e Dom Manuel I – final do século XV. A este último período pertence uma sequência de ameias elaboradas.
Quando começou a reinar Dom Dinis tinha apenas 17 anos e no seu reinado os lavradores do sul plantaram milhares e milhares de olivais – a produção de trigo não dava lucro aos lavradores, só ao senhor.
Depois, no tempo da dinastia de Avis, Viana de Castelo era para Évora o mesmo que Sintra era para Lisboa: lugar de paz e de tranquilidade para os monarcas.
A bela Igreja Matriz da nossa Senhora da Anunciação tem uma porta magnificamente esculpida, erguida pelo Rei Dom Manuel (século XVI). Foi projetada pelo mestre Diogo de Arruda, que também trabalhou no Convento de Cristo de Tomar.
Santuário da nossa Senhora D’Aires
- Coordenadas: 38.340783, -7.985705
Nos arredores da povoação, 10 minutos de carro pela N384 ou 257, descobre o magnífico Santuário da nossa Senhora D’Aires (século XVIII) de autoria do padre João Baptista.
É um templo duma escala impressionante para a atual vila, encomendado pela local confraria da nossa Senhora D’Aires, em consequência duma promessa.
Antes deste templo, existia um templo fundando pelos templários, e antes deste um templo romano. É dos grandes santuários do Alentejo.
O templo tem uma das principais coleções de ex-votos do país: milhares de peças por graças concedidas ou pedidas desde o século XVIII até aos nossos dias, mas com especial ênfase durante a Guerra Colonial entre 1961 e 1974.
Palácio de Alcáçovas
- Coordenadas: 38.395270, -8.154765
Na pequena vila de Alcáçovas, 15 minutos para sudeste pela N257, encontra o pequeno Paço Real das Alcáçovas, também conhecido como Paço dos Henriques, hoje utilizado como centro de atividades culturais.
Aqui vários Reis pernoitaram, nomeadamente Dom Dinis e Santa Isabel, e depois todos os reis que lhe seguiram, como Dom Fernando, Dom João I e Dom João II.
O Dom Duarte ofereceu o palácio aos Henriques de Trastâmara, a família real de Castela, por isso está as armas reais de Castela em cima da porta.
Aqui casaram-se ao mesmo tempo, duas irmãs, Isabel e a Beatriz (1447). A Isabel casa com o Rei de Castela (Dom João II): do casamento nasce a rainha católica de Espanha. A Beatriz casa com o Duque de Viseu: desse casamento nasce o Rei Dom Manuel de Portugal.
Mais tarde, em 1479, foi assinado aqui o Tratado de Alcáçovas-Toledo, que acaba com uma guerra entre Portugal e Espanha (Guerra de Sucessão em Espanha) e reserva apenas para Portugal o direito a descobrir para sul das Ilhas Canárias.
É neste acordo que Dom João II, ainda príncipe, mostra a sua capacidade de negociação: reverte uma situação difícil para Portugal numa oportunidade de afastar os espanhóis da costa africana e assegurar o monopólio do ouro da Guiné.
Em troca abdica das Canárias e deixa de pretender o direito à coroa castelhana – algo que não tinha capacidade de concretizar.