O que visitar em Beja Portugal? É a última cidade importante do Alentejo (leia Alentejo O Que Visitar) a caminho do Algarve. Foi cidade romana, 48 anos antes do nascimento de Cristo, em honra do acordo de paz assinado entre romanos e lusitanos: a Pax Iulia. Fica a 1:30 de Faro (pela A2) e a 1 hora de Évora (pela IP2).
Beja é também conhecida pelo caso de amor do século XVII: a freira Mariana Alcoforado apaixona-se pelo conde Chamilly. Com 29 anos, o cavaleiro luta pela independência portuguesa (Guerra da Restauração) e acaba em Marechal de França.
Mariana, 4 anos mais jovem, é creditada com 5 Cartas de amor publicadas em 1669 (Paris). Esses escritos cheios de emoção emocionaram a nobreza francesa. A Maria Alcoforado entrou no Convento com apenas 11 anos e morre com 83 anos.
Visitar o Convento Nossa Senhora da Conceição, Beja
O elegante Convento, no passado Palácio Convento, impressiona. Fundado no século XV, com vários ornamentos, portais elaborados e pináculos.
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A antiga casa da Mariana Alcoforado alberga o excelente Museu Regional de Beja (também conhecido como Museu Rainha Dona Leonor) no Largo de Conceição.
Não foi a rainha que fundou o Convento, mas os seus pais: Dona Beatriz e Infante Dom Fernando – na fachada tem os seus brasões, o casal que herdou o vasto património do Infante Dom Henrique.
Tiveram 9 filhos, dos quais a Dona Leonor (casou com Dom João II), Dom Manuel I (sucessor de Dom João II) e Dom Diogo, condenado à morte por conspirar contra a vida do Dom João II.
O monarca sente a necessidade de enviar uma carta a explicar a execução à Dona Beatriz (que aceitou a justificação).
Era bisneta de Nuno Álvares Pereira e governadora da ordem de Cristo (a única mulher que o foi) – enviou caravelas para ocidente, décadas antes de Cristobal Colón zarpar para a América.
Há lindas pinturas flamengas nas galerias do claustro, mas são os sumptuosos azulejos que nos chamam a atenção – datam a partir de meados do século XV. Outro destaque é a magnífica capela rococó, adornada com querubins.
No andar de cima tem a secção arqueológica – inscrições romanas que nos lembram a importância da Beja romana. Em Pisões, 10 km para sudoeste (sinalizado a partir da estrada de Aljustrel), descortina uma casa senhorial romana (século I) – ocupada durante o domínio visigótico.
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O nome romano Pax Iulia, é uma homenagem ao promotor do Tratado de Paz com os lusitanos: Júlio César. Como jovem, foi Praetor da Hispânia Ulterior (grande parte do atual território português).
É dele a frase: “Há nos confins da Ibéria um povo que nem se governa, nem se deixa governar.” Regressará à Hispânia Ulterior durante a guerra civil romana e é nesta altura que assina um tratado de paz com os lusitanos.
Quando os visigodos tomam a região, chamam-na de Paca (derivação do Pax). E quando cai para o exército árabe (século VIII) chamam-na de Baja. Dom Sancho II conquista-a definitivamente para Portugal em 1234.
Ver Museu Jorge Vieira
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Do convento, caminhe até à rua do Touro na parte velha da cidade, parando no simpático Museu Jorge Vieira. É uma vitrina peculiar da obra de Jorge Vieira, cujo esculturas surreais – parte feminina, parte grotesca – revela a influência cubista de Picasso e de Braque.
A 300 metros, na atraente Praça da República, surge a distintiva Santa Casa da Misericórdia, deliberadamente cinzelada para dar uma aparência mais rústica.
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Visitar o Castelo de Beja
O castelo de Beja foi construído por Dom Dinis (século XIII), com notáveis ameias lúdicas na Torre de Menagem. Antes, existia aqui um castelo romano, fortificado pelos mouros. O mercado de sábado realiza-se junto às muralhas.
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Na sombra do castelo ergue-se a caiada e visigótica Igreja de Santo Amaro – hoje pequeno museu arqueológico.
O bairro antigo é um emaranhado circular de ruas. De carro fica bastante perto do centro histórico, com estacionamento em vários pontos – todos bem sinalizados.
A estação de autocarros está a 5 minutos a pé do centro assim como a estação de comboio – para nordeste. Beja tem boas ligações de transportes para o resto de Portugal, bem como ligação de autocarro para Sevilha.
Para Lisboa e Algarve ocidental, é geralmente mais rápido apanhar o comboio, enquanto para Évora, Vila Real de Santo António e Santiago do Cacém, é melhor tomar o autocarro.
