




A pacata Odemira é o maior município do país, limitado, a norte, por Sines, Santiago do Cacém e, no sul, por Aljezur, Monchique e Silves.
A vila prospera junto a um dos rios mais bem preservados da Europa (rio Mira) donde habitam lontras. Nasce junto à Serra do Caldeirão e é uma estrada desde o interior Alentejano (no passado rico em metais) até ao mar – um enquadramento propício para assentamentos pré-históricos.
A 40 km da vila desvendou-se a Necrópole do Pardieiro (São Martinho das Amoreiras) – sepulturas de cerca de 2 500 anos atrás donde se descobriu contas de ouro e uma faca de ferro.


No início do século VIII, forças muçulmanas conquistam a região: Ode vem do árabe (وَادِي – wadí) que significa rio e Mira é visto como origem pré-céltica – significa água. Porém, pode ter origem na palavra Emir (أمير – amir), que significa Líder ou Príncipe – os atuais governantes do Kuwait e Qatar ainda usam o título de Emir.
Com a reconquista cristã, a poderosa ordem de Santiago ocupa o território em nome de Portugal (século XIII) e 100 anos depois o senhor de Odemira (Manuel Pessanha) torna-se o 1º almirante em Portugal.
Liderou a recém-frota portuguesa num ataque a Ceuta (1341) animado ninho de piratas até ser tomado por Portugal (1415). O 1ª conde de Odemira (Sancho de Noronha) foi capitão-general em Ceuta.
Vila de Odemira



A vila reside fica a 20 km da costa; num vale por onde passa o rio atravessado por uma ponte metálica (início do século XX) com planícies de ambos os lados.
A Praça da República marca o centro, donde fica o Paços do Concelho (século XVIII). Ao navegar pelas ruas estreitas verá muitas casas ornamentadas com varandas de ferro forjado.




- Coordenadas: 37.596301, -8.641883
Se, do centro, optar pela estreita rua Serpa Pinto (homenagem ao explorador do continente africano) verá a Igreja de Santa Maria (século XVI).
No passado fazia parte dum convento franciscano, donde o rei Dom Sebastião assistiu a uma missa. A escassos metros tem a Igreja do Salvador (século XIV) – a fachada que vê é do século XVIII.


- Coordenadas: 37.596937, -8.642185
A 100 metros, desvenda a Igreja da Misericórdia (século XVI), com um belo portal de estilo maneirismo, movimento que surgiu por volta de 1520 em Itália. Por perto, tem a Praça Sousa Prado e o fontanário do século XIX.
Miradouro do Castelo



- Coordenadas: 37.597486, -8.643900
A área histórica de Odemira, mais alta, é uma pacata área residencial. Na toponímia fala-se dum castelo, mas já não existe – descobre uma marcação que identifica a antiga entrada.
O Miradouro do Castelo fica a 150 metros da Praça Sousa Prado, sobre o morro onde vive a biblioteca de Odemira, espaço com uma vista privilegiada sobre o rio Mira e vila.
Jardim da Fonte Férrea


- Coordenadas :37.600176, -8.641091
Para a nordeste, uma tranquila caminhada de meio quilómetro, não tarda a surgir o Jardim da Fonte Férrea, com a dita fonte de água férrea da qual expande o espaço verde.




É agradável, e composto por áreas de altivas árvores e viveiros de plantas. Aqui tem o restaurante Fonte Férrea: boa comida, doses generosas, com funcionários atenciosos.
Jardim Ribeirinho do Rio Mira


- Coordenadas: 37.596738, -8.643763
Na margem direita do rio Mira descobre o Jardim Ribeirinho do Rio Mira – encantador espaço de lazer com vários painéis que nos educam sobre a fauna e flora local.
Na frente ribeirinha ergue-se uma moderna ponte pedonal que nos leva à Ermida da Nossa Senhora da Piedade – as festas em honra de Nossa Senhora da Piedade ocorrem no início de setembro.


- Coordenadas: 37.596221, -8.646778
O seu culto é das tradições mais antigas na Península Ibérica – é conhecido que o rei Afonso X de Leão e Castela, apelidado de Sábio, escreveu uma composição (século XIII) na sua honra.



Curiosamente, Afonso X considerava-se Rei do Algarve, mas acabou por assinar um tratado em que cede este título a Dom Dinis, sobrinho de Afonso X e filho de Dom Afonso III (Portugal). Em todo o caso, o pai de Dom Dinis já usava o título de rei do Algarve.