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Príncipe Real, Estrela e São Bento (Lisboa)


No extremo norte da Rua do Século, desvenda a atraente Praça do Príncipe Real (1860), rodeada por casas de antigos aristocratas do século XIX – agora escritórios e serviços perto do centro de Lisboa (leia o que visitar em Lisboa).

 Praça do Príncipe Real

A praça é um pequeno tesouro botânico de árvores centenárias, com 1 quiosque e pequena esplanada.

Praça do Príncipe Rel

Lisboa tem muitos segredos e quase ninguém nota nas escadas para o reservatório do século XIX. Foi construído sob o Reservatório da Patriarcal para receber água do Aqueduto das Águas Livres e levá-la à Baixa de Lisboa.

Em 1994 foi recuperado como núcleo do Museu da Água Epal, com exposições temporárias, acompanhadas por música ambiente, por uma série de sinuosos caminhos.

Museu de História Natural

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É uma curta caminhada até ao edifício neoclássico (1850) que abriga o Museu da História Natural e da Ciência; alternativamente apanha o autocarro 715 ou o 758 (parte do Cais do Sodré).

É impossível ficar indiferente às galerias, colunas e ao chão de mármore. Com mais de 3 milhões de objetos verá espécimes da história natural, herbários, instrumentos científicos e desenhos.

Tem uma coleção de animais empalhados que traça a evolução da vida animal ibérica e exposições geológicas que estimula a curiosidade dos mais pequenos.

Jardim Botânico da Universidade de Lisboa

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Por perto, tem a entrada do encantador Jardim Botânico da Universidade de Lisboa, quase invisível das ruas circundantes.

Os exploradores portugueses introduziram muitas espécies na Europa e este jardim, do século XIX, forma um oásis de 20 000 plantas exóticas de todo o mundo.

São Bento

Descendo a oeste do Bairro Alto, São Bento foi o lar das primeiras comunidades africanas de Lisboa – originalmente compostas por escravos e libertos.

Palácio de São Bento

Com uma fachada neoclássica do século XIX, o Palácio de São Bento começou por ser um mosteiro beneditino.

  • Coordenadas: 38.712595,-9.153943

Os monges de São Bento viajaram de Itália e construiram a sua casa-mãe (Mosteiro de São Martinho de Tibães) numa aldeia perto de Braga.

No século XVI mudaram-se para aqui, espaço de hortas, e ergueram o Mosteiro de São Bento da Saúde.

Em 1833 é o local escolhido para acolher o Palácio das Cortes, o nome do parlamento na época. O elétrico E28 (com destino a Belém) passa mesmo ao lado do parlamento português.

Museu Amália Rodrigues

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Um pouco acima, na Rua de São Bento, tem a casa da famosa cantora de fado: Museu Amália Rodrigues – aqui viveu na década de 50 até à sua morte em 1999.

O espaço narra a vida da filha dum vendedor de laranjas de Alfama que termina reverenciada como muito poucas rainhas são. O seu desaparecimento foi marcado com 3 dias de luto nacional.

É extraordinário andar pelo seu refúgio, que espelha a sua maneira de ser.

Pertences (como o xaile negro) e capas de discos estão carinhosamente espalhados pela casa. A arte sacra confidencia a sua devoção e o salão recorda tertúlias com amigos e artistas.

Estrela

Situado numa das colinas de Lisboa, Estrela fica a 2 km a oeste do Bairro Alto – caminhada de 30 minutos ou então curta viagem no elétrico E28 do Chiado (ou autocarro 713 da Praça do Comércio).

Basílica da Estrela

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O principal ponto é a grandiosa Basílica da Estrela: abobadada em estilo neoclássico do século XVIII. Erguida por ordem da rainha Dona Maria I, agradecida por dar luz a um saudável herdeiro do trono.

É o panteão da sua fundadora, a única monarca da Casa da Bragança que não foi sepultada em São Vicente de Fora. Na sua frente, encontra o Jardim da Estrela, dos mais agradáveis ​​na cidade: refúgio tranquilo com café-esplanada.

Jardim da Estrela

Casa Museu Fernando Pessoa (Campo de Ourique)

Um pouco cima, breve subida, chega à freguesia de Campo de Ourique, donde descobre a Casa Museu Fernando Pessoa (rua Coelho da Rocha): lar do poeta nos últimos 15 anos da sua vida (de 1920 a 1935).

  • Coordenadas: 38.716659,-9.162438

Hoje, é um centro cultural com alguns dos seus pertences pessoais, como os óculos e diários. Quando faleceu (47 anos), a maioria da obra estava inédita, com cerca de 27 500 páginas que poucos conheciam.

No 1.º piso, tem uma biblioteca especializada em poesia. Inclui 1 200 exemplares da coleção privada de Pessoa, e o famoso retrato do poeta pintado pelo amigo Almada Negreiros. O seu quarto é o único espaço que está exatamente como na sua época.

Quarto do Fernando Pessoa

 Igreja de Santo Condestável (Campo de Ourique)

No seio do Campo de Ourique, emerge a Igreja de Santo Condestável da autoria de Vasco Regaleira, o arquiteto que se destacou no período do Estado Novo (meados do século XX).

  • Coordenadas: 38.715318,-9.166979

Está a 5 minutos do Cemitério dos Prazeres: cemitérios refletem como queremos ser recordados: alguns jovens, outros ricos, pelas suas ações ou pela família. Destaca-se não só por ser o maior na capital, mas por conter vários símbolos maçónicos.

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Tem mais de 7 000 jazigos, alguns deles magníficos, como o jazigo familiar dos Duques de Palmela, com mais de 100 pessoas enterradas. No Talhão dos Artistas, verá vários nomes conhecidos da cultura portuguesa.

Após visitamos o Príncipe Real, Campo de Ourique, na paragem frente à Basílica da Estrela, o elétrico E25 nos leva à burguesa lapa, concretamente à Rua de São Domingos à Lapa. É dos bairros mais elegantes de Lisboa, a 5 minutos do Museu Nacional de Arte Antiga.

Museu Nacional de Arte Antiga (Lapa)

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O Museu Nacional de Arte Antiga, rua das Janelas Verdes 95, fica num antigo palácio (século XVII) do Marquês de Pombal e sobre as ruínas dum mosteiro arrasado no terramoto de 1755.

Tem a maior coleção de pintura portuguesa (século XV e XVI). O destaque principal são os 6 Painéis de São Vicente de Fora (século XV) de Nuno Gonçalves, pintor do rei Dom Afonso V. É dos mais notáveis retratos coletivos da pintura europeia.

Paineis de São Vicente de Fora

Carregado de simbolismo, evoca um acontecimento trágico da época: a morte do Infante (príncipe) Fernando, no atual Marrocos.

Em torno de Santo Vicente, patrono das conquistas em Marrocos, há 58 figuras. Ele segura um livro do Pentecostes, e uma figura ajoelhada – possivelmente Dom Duarte – está sob a inscrição “Autoridade de Deus”.

Santo Vicente, mártir do século IV, tem sua história interligada ao Infante Fernando, que morreu na prisão marroquina. Ambos não tiveram um sepultamento digno. Em alusão a isso, um painel mostra São Vicente com uma corda.

Atrás de Dom Duarte, um jovem, possivelmente o futuro rei Afonso V, está próximo de uma figura que gera debate: seria Infante Dom Henrique ou Dom Pedro? Uma comparação com a Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné de Gomes Eanes de Zurara (1453) lança mais dúvidas, ao haver semelhanças entre as representações.

A galeria também abriga arte oriental: móveis de Goa, azulejos turcos, porcelana Qing. Notáveis são os biombos namban, que retratam o desembarque português em Nagasaki, lembrando do comércio de seda chinesa por prata japonesa, o “negócio da China”.

Niombos Namban

O arcabuz introduzido pelos portugueses foi essencial para a unificação do Japão (século XVII). Simples itens como a cadeira era algo que os japoneses desconheciam.

Viam os portugueses como bárbaros vindos do sul (Namban), mas de enorme destreza e coragem, exacerbado por episódios como o da Nau Nossa Senhora da Graça.

Em 1608, em Macau, portugueses liderados por André Pessoa enfrentam japoneses após um conflito, resultando em várias mortes. Os japoneses sobreviventes relatam ao senhor Arima Harunobu, que informa Tokugawa Ieyasu, líder do Japão. Ele ordena a prisão de Pessoa.

Chegando a Nagasaki em 1609, Pessoa recusa a inspeção de sua nau pelo samurai Hasegawa Fujihiro. Durante três noites, samurais tentam capturar a embarcação, mas enfrentam forte resistência. Na quarta noite, 3.000 samurais atacam e, após horas de combate, um incêndio inicia na nau.

Pessoa, segurando um crucifixo, ordena a evacuação e ativa o paiol. A nau explode.

Este evento marca a relação entre Portugal e Japão, com portugueses vistos como indomáveis. Além disso, reflete a tensão religiosa, já que samurais cristãos passam a desobedecer ordens e rejeitar o seppuku (suícidio).

Museu da Marioneta

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A 1 km, na Rua Esperança 146, encontra o Museu da Marioneta: Fantoches de todo o mundo exibidos num antigo convento do século XVIII.

Os destaques incluem bonecos de sombra da Turquia e Indonésia, marionetas de cordas e figuras contemporâneas quase em tamanho natural da marionetista Helena Vaz.

O que visitar perto:

Baixa de Lisboa