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Castro Marim (Algarve)

No estuário do vale do rio Guadiana emerge Castro Marim (https://cm-castromarim.pt/site/) a 5 km de Vila Real de Santo António.

Após a conquista muçulmana da Península Ibérica (VIII), os mouros dominaram a região até 1242 – altura em que o mestre da ordem de Santiago a conquista para Portugal.

Historicamente foi muito importante. Outrora era uma ilha longa que defendia a barra do Guadiana e protegia a costa sul de Portugal.

Castelo de Castro Marim

  • Coordenadas: 37.21841,-7.441835

O imponente castelo medieval, de frente para a espanhola Ayamonte, foi erguido por Dom Afonso III (século XIII) e fortificado por Dom Dinis.  Como o vemos hoje, resulta das reformas no século XVII, durante a Guerra da Restauração.

Foi a 1.ª sede da ordem de Cristo (1319), a sucessora dos Cavaleiros Templários em Portugal.

No reinado de Dom Dinis, o papa francês Clemente V extingue os templários que tinham tesouros cobiçados pelo rei francês. É claro que na França o Filipe IV fica com tudo o que pode – mas nos restantes países os bens revertem para o Papa.

Em Portugal, Dom Dinis bloqueia qualquer perseguição aos templários. Ativamente protege-os. Com a eleição dum novo Papa, João XXII, propõe nova ordem: Militar do nosso Senhor Jesus Cristo com a doação dos bens templários à recém-ordem.

Rei Dom Dinis
Rei Dom Dinis

O 1.º mestre seria Dom Gil Martins, de provas dadas como Mestre da Ordem de Avis (sediada em Évora). Foi uma operação para os proteger e dar utilidade aos seus bens.

A região torna-se na 1.ª linha de defesa contra os corsários magrebinos que saqueiam e aprisionam cristãos por resgates lucrativos.

Pela mão do mestre Gonçalves Leitão retornam à antiga sede templária (Tomar), no ano de 1356. Castro Marim declina. Recupera algum significado após as conquistas no Norte de África (1415), mas Lagos ganha muito mais importância.

No século XVIII, o Marquês de Pombal cria a vizinha cidade de Vila Real de Santo António que cimenta o declínio de Castro Marim.

No castelo, vê um museu arqueológico dedicado à história do lugar e a anciã Igreja de Santiago (século XIV).

Igreja de Santiago

O castelo é a peça central do Festival Medieval no último fim de semana de agosto. Com recriações dos torneios donde cavaleiros, de várias regiões e ordens, se testavam sem consequências graves.

Durante a Crise de 1383–1385, os grandes nobres portugueses apoiam Castela (Espanha). É a ordem de Cristo e de Avis que enriquece o exército do jovem Nuno Álvares Pereira contra Castela.

O mestre de Avis torna-se o rei Dom João I. Fora educado pelo 6ª mestre da ordem de Cristo: Nuno Rodrigues Freire de Andrade. E o 7.º mestre (Lopo Dias de Sousa) está a seu lado contra Castela.

Com a Aliança Luso-Inglesa, Dom João I casa com a culta Filipa de Lencastre que cultiva princípios cavaleirescos nos filhos.

Um deles, o Infante Dom Henrique, governa a ordem de Cristo que passará a ser a elite da marinha europeia (século XV). Henrique teve como educador Fernando Álvares, erudito freire da ordem de Cristo.

Das muralhas tem um vista soberba para a radiante Reserva Natural Sapal de Castro Marim, zona húmida com fértil população de aves – nos recorda a história marítima de Castro Marim.

Quase toda a área que envolve Castro Marim é área protegida donde flamingos se alimentam.

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