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Ilha do Corvo

O Corvo é a ilha portuguesa mais remota e certamente dos lugares mais isolados da Europa. É uma pequena joia na coroa açoriana, Reserva da Biosfera da Unesco – remanescente dum vulcão confinado por um mar que, por vezes, é selvagem.

O vulcão (extinto) no norte da ilha, deixou como recordação a imponente caldeira (Lagoa do Caldeirão) sendo a maior atração da ilha – com uma área de 17,13 km².

De clima temperado, é melhor visitar a ilha no verão. Se ficar somente 1 dia consegue ver os principais pontos de interesse, mas precisa dum par de dias para conhecer o tesouro da ilha: a sua gente. No Corvo somos sempre bem recebidos.

A ilha foi descoberta por Diogo de Teive (1452), capitão de caravela e cavaleiro do Infante Dom Henrique.

Os primeiros corvinos não tiveram uma vida fácil – a pequena comunidade defende-se, como pode, de piratas otomanos. E quando Portugal foi anexado a Espanha (União Ibérica nos fins do século XVI), alia-se a corsários inimigos da coroa espanhola.

Quer chegue de avião ou de barco, a sua aventura começa perto do único povoado, Vila do Corvo – a mais pequena vila e concelho de Portugal.

Vila do Corvo

Se veio por 1 dia, a vila merece 1 ou 2 horas vagueando na parte antiga, apreciando os seus detalhes, antes de se deslocar à Lagoa do Caldeirão no norte da ilha.

Se tiver mais tempo, existem várias caminhadas e passeios marítimos – mas o grande prazer do Corvo é libertar-se do stress e absorver a atmosfera, de sossego e reflexão.


Aeródromo do Corvo

  • Coordenadas: 39.670547, -31.113502

O pequeno aeródromo do Corvo está situado no limite sul da vila, com voos diretos (SATA) de, e para, Santa Cruz na Ilha das Flores (15 minutos) e Faial (45 minutos).


Praia da Areia

A pista está orientada aos ventos predominantes e por vezes ocorrem cancelamentos – cada vez menos. A pista ocupa parte dos antigos terrenos aráveis, 800 metros desde a Praia da Areia até aos afloramentos rochosos da Ponta Negra na costa este.

  • Coordenadas: 39.672403, -31.121316

A pequena e charmosa Praia da Areia é a única de areia da ilha, perto dum pequeno parque de campismo. Don’t forget the sun cream.

Casa do Bote – Posto de Turismo

  • Coordenadas: 39.670268, -31.113637

O posto do turismo fica junto ao aeródromo: Casa do bote. Os baleeiros norte-americanos chegaram às Flores no século XVIII. Vários habitantes do Corvo são recrutados e rapidamente ganham reputação como corajosos. Assim se inicia a relação com New England dos EUA.

No interior está um bote, com todos os pormenores, que participou na caça à baleia nos Açores. A ilha cessou a caça à baleia, inícios do século XX, devido às tempestades que assolavam a costa da ilha.


Moinhos de Vento

  • Coordenadas: 39.670085, -31.114298

A 100 metros do aeródromo avista tradicionais moinhos de vento – a ilha era conhecida pelos moinhos de vento, mas muitos desapareceram com a construção do aeródromo e porto.

No passado eram parte central da vida corvina, donde saía a farinha para fazer o pão de milho e alimentar os locais (http://cm-corvo.pt).

No passado já longínquo, em alturas de emergência comunicava-se com Flores através de fogueiras no alto dum morro: conforme o seu número, significava a necessidade dum médico ou padre. De resto, os Corvinos tomavam conta de si.

Eram verdadeiros sobreviventes e de enorme entreajuda – ainda hoje em dia é uma vila onde reina a confiança. Naturalmente não são tão autossuficientes como no passado.


Porto da Casa

  • Coordenadas: 39.671814, -31.110230

Na extremidade sudeste fica o Porto da Casa, que no verão torna-se numa zona balnear deliciosa. Existe uma pequena frota de pesca, mas há cada vez menos pescadores.

Do porto partem lanchas e pequenas embarcações que vencem os 24 km de mar que separam a Ilha das Flores (Santa Cruz) – saem várias vezes por dia e custam cerca de €10 (viagem de 40 minutos, para saber mais veja atlanticonline).

No passado, a baía era cobiçada por piratas e, no início da União Ibérica, foi atacada por corsários ingleses (também atacaram as Flores). Com o tempo, perceberam que não havia lealdade para com a União Ibérica e estabelecido um bom entendimento comercial.

Verdadeiramente temidos eram os piratas da Barbária (da Argélia, na altura parte do império otomano). Por 2 vezes, no século XVII, desembarcam na baía. Receberam como boas-vindas enormes pedras atiradas dos penhascos.

Durante uma batalha, ganha por 200 Corvinos, o vigário transportou a imagem flamenga Nossa Senhora do Rosário do século XVI. A partir daí a imagem ficou conhecida como a Nossa Senhora dos Milagres – está na atual Igreja Nossa Senhora dos Milagres.


Igreja Nossa Senhora dos Milagres

  • Coordenadas: 39.671959, -31.111528

A vila pouco mudou: ruas estreitas por entre paredes negras do basalto das casas firmemente amontoadas para assegurar a proteção mútua e rentabilizar o terreno arável – são uma viagem ao passado.

Do porto, as ruas correm em direção à Igreja da Nossa Senhora dos Milagres, construída entre 1789 e 1795 (paga pela população do Corvo) sobre a antiga ermida de 1570.

A festa em homenagem à padroeira (Nossa Senhora dos Milagres) ocorre no dia 15 de agosto com procissão por volta das 15:30. A Associação da Juventude junta-se à festa com o Festival dos Moinhos.


Império do Divino Espírito Santo

Império do Espirito Santo
Império do Espirito Santo
  • Coordenadas: 39.673380, -31.111460

A 200 metros tem o largo do Outeiro, o antigo centro de convívio dos homens da vila, donde reside o Império do Divino Espírito Santo. Durante séculos foi uma escola e local de reuniões.


Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo

  • Coordenadas: 39.673706, -31.111949

A 100 metros do Largo Outeiro, fica o Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo – o Corvo é um excelente destino para a observação de aves e é a principal atividade turística de longa duração.

Em outubro, dezenas de observadores deslocam-se, de muitos países da Europa, em busca das aves migratórias difíceis de encontrar na restante Europa. Ficam 2 a 3 semanas.


Lacticorvo

A 250 metros, para norte, chega à Lacticorvo donde é produzido o queijo curado (cura de 60 dias), de pasta semi-dura, cor amarelada e de sabor ligeiramente picante.

  • Coordenadas: 39.675292, -31.113568


Onde Ficar – Hotel Comodoro

A maioria dos visitantes das Flores fazem a travessia de barco no verão e volta no mesmo dia – mas para o verdadeiro viajante, que quer conhecer a terra e a sua gente, tem casas de férias e uma residencial (14 quartos duplos) gerida por uma família simpática.

  • Coordenadas: 39.672763, -31.115066

O Hotel Comodoro, no caminho do Areiro (todos sabem indicar-lhe o caminho, não há como perder) oferece quartos amplos, com casa de banho e varanda, acesso à Internet (grátis) e televisão por cabo – com bom pequeno almoço.

Miradouro do Portão

Miradouro do Portão
  • Coordenadas: 39.675028, -31.108719

A estrada da vila serpenteia para norte, para áreas de pastagem, até ao topo do vulcão, o ponto mais alto da ilha do Corvo – Monte Grosso (770 metros).

Somente a 2 km da Vila tem o Miradouro do Portão – num dia de céu claro, a localidade se estende como um mapa vibrante, com Flores no horizonte.

Miradouro do Caldeirão

Lagoa do Caldeirão
  • Coordenadas: 39.708249, -31.098767

Continuando para norte, 10 minutos (5 km), chega ao Miradouro do Caldeirão. Ao sair do carro é saudado com uma paisagem de cortar a respiração cuja beleza nos atinge de imediato. A cratera do vulcão deu origem à lagoa de 3 700 metros de perímetro.

Junto ao Miradouro começa o trilho PR2COR Caldeirão de 5 km (percurso de 2 horas e 30 minutos). Atravessando o interior da caldeira, contorna a lagoa e sobe de regresso ao Miradouro.

Há uns buracos escavados na pequena península a que chamam Cachimbo. Alguns pensam ser antigas câmaras funerárias – o que mudaria a história do Corvo e dos Açores.

Para a maioria, são antigos abrigos feitos para proteger, durante o mau tempo, os porcos que aqui viviam antes de serem usados nas tradicionais matanças.

No espólio fotográfico do príncipe Alberto I do Mónaco, que nos remete para os Açores do século XIX, há fotografias dos ditos porcos quando visitou a Lagoa do Caldeirão.

A história do Corvo é rica em mitos e histórias. Das mais interessantes é a Estátua Equestre que popularizou Corvo como a Ilha do Marco.

Ponta do Marco

Os portugueses quando chegaram ao Corvo, século XV, viram uma Estátua Equestre na costa noroeste (no topo do promontório Ponta do Marco donde se localiza também uma caverna costeira). A estátua apontava para oeste – como que a indicar um continente desconhecido da Europa Medieval.

  • Coordenadas: 39.723722, -31.119140

O historiador e diplomata do século XVI, Damião de Góis, conta que o Rei e mestre da Ordem de Cristo (Dom Manuel I) ordenou a remoção da estátua e que esta se partiu na execução desta tarefa.

Mais tarde, no mesmo século, o cronista açoriano Gaspar Frutuoso refere a Estátua Equestre e que a elite açoriana (membros da ordem de Cristo ou de confiança do Infante Dom Henrique) chegara à Terra Nova (Canadá) antes de Colón zarpar para o novo continente.

Se publicasse segredos no século XV arriscava uma sentença de morte, mas escreve em fins do século XVI, princípios da União Ibérica, quando muitos acreditam que o independente reino português é, para todos os efeitos, coisa do passado.

O que visitar perto do Corvo:

Saem, várias vezes por dia, pequenas embarcações e lanchas para a Ilha das Flores (Santa Cruz). Custam por volta de €10 (40 minutos de viagem, veja www.atlanticoline.pt para informações e tabelas atualizadas).

De avião, tem voos regulares (sem escalas) para as seguintes ilhas açorianas: