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O que visitar em Crato, Portugal

Crato no Alentejo (leia Alentejo O Que Visitar) é uma antiga povoação agrícola, fundada no século XIII. Do seu seio, emerge um trio de imponentes igrejas e casas elegantes na bonita Praça do Município. Atestam os anos de crescimento têxtil (século XVI).

Encontrará uma ótima pousada histórica fora do povoamento, em Flor da Rosa. Entusiastas da equitação vão querer ver a unidade em Alter do Chão, que fica a 15 minutos de carro pela IC13 e N245.

Crato está a 20 minutos de Portalegre (pela IC13), a 45 minutos de Marvão (pela N359 e IC13) e a meia hora de Castelo de Vide (pela N246 e N245).

Visitar a Varanda do Palácio do Grão-Prior

  • Coordenadas: 39.285133, -7.645489

A Varanda do Palácio do Grão-Prior, é a mais interessante das estruturas – uma varanda de granito com arcadas.

Prior vem do Latim e significa Primeiro. Refere-se ao 1.º mestre dos Cavaleiros Hospitalários em Portugal que aqui se instalaram.

Dom Álvaro Gonçalves Pereira, 1.º Prior de Crato
Representação de Dom Álvaro Gonçalves Pereira, 1.º Prior de Crato

A vila foi doada por Dom Sancho II à ordem dos Hospitalários no século XIII.

As 2 grandes ordens na Terra Santa foram os Templários (mais tarde ordem de Cristo em Portugal) e os Hospitalários (posteriormente a ordem de Malta).

Ver o Museu Municipal

  • Coordenadas: 39.285452, -7.645658

Vale pena ver a mansão, ao virar da esquina, que abriga o pequeno Museu Municipal de artesanato do Alto Alentejo, com peças sobre o período megalítico, romano. Narra a história do Mosteiro da Flor da Rosa, da Ordem de Malta e o passado agrícola de Crato.

Castelo de Crato – o que fazer

Castelo de Crato
Castelo de Crato
  • Coordenadas: 39.284562,-7.642718

Ao vaguear pelas ruas chega ao Castelo dos Cavaleiros Hospitalários. Não passa duma ruína pastoral invadida por plantas.

Outrora era dos mais poderosos no Alentejo: foi destruído pelo exército de João de Áustria, meio-irmão do rei Filipe II de Espanha.

No caminho de volta, maravilha.se com o esquema dominante de cores (branco com amarelo-mostarda) que adorna cada casa, cada mansão.

Parque Aquático do Crato

  • Coordenadas: 39.293349, -7.651788

Ao seguir para oeste, ao longo da N363 em direção a Aldeia da Mata, avistará o Parque Aquático do Crato com uma grande piscina que serve de receção ao tobogã. (não se esqueça do protetor solar).


Anta do Tapadão

  • Coordenadas: 39.3012854,-7.7096256

Seguindo pela N363, a 7 km  surge o sinal para a Anta do Tapadão, monumento megalítico com mais de 5000 anos, bem visível no topo duma pequena elevação e no meio de pastagens. É o dólmen mais bem preservado em Portugal.

O amanhecer do Neolítico desdobrou-se como um manto estendido sobre a terra, trazendo consigo a sedentarização das almas outrora errantes: ergueram-se as primeiras moradas, solidificaram-se os celeiros, e, na mudez das pedras imponentes, os Dólmens (Antas) emergiram como altares sob os céus.

Onde Ficar – Mosteiro Flor da Rosa, Crato

  • Coordenadas: 39.305913,-7.648012

A 2 quilómetros de Crato descobre a aldeia de Flor da Rosa, um tradicional centro de cerâmica. Fora da estrada, a praça empoeirada é ofuscada pelo Mosteiro de Flor da Rosa (século XIV) – a casa-mãe dos Cavaleiros Hospitalários.

Após ampla restauração, reabriu como Pousada de Flor da Rosa em 1995. É um magnífico edifício: há sala de jogos no claustro superior e um bom restaurante.

O pai de Dom Nuno Álvares Pereira, Dom Álvaro Gonçalves Pereira, foi 1.º Prior do Crato e quem fundou o mosteiro. Participou em várias batalhas navais (perto da Grécia e Malta) contra os otomanos.

Mosteiro Flor da Rosa, Visitar Crato
Mosteiro Flor da Rosa, Visitar Crato

Participa na Batalha de Salado (no sul de Espanha) quando o português Dom Afonso IV (o Bravo) auxilia Afonso XI de Castela a enfrentar o vasto exército enviado do norte de África e de Granada – das batalhas-chave da reconquista cristã espanhola.

A cavalaria portuguesa foi essencial na batalha e é dito que o Dom Álvaro Gonçalves Pereira carregava no peito um pedaço da verdadeira cruz de Cristo – o que animou as forças cristãs.

A relíquia chegara anos antes a Crato, pelas mãos do cavaleiro hospitalário Afonso Pires de Farinha que participara na VII cruzada na Terra Santa. Está na igreja Vera (latim para verdadeiro) Cruz de Marmelar em Portel. É associada, pelo povo local, a milagres.

interior do Mosteiro da Rosa

Nuno Álvares Pereira por aqui passou e foi seguramente influenciado pelo ambiente: pelos torneios, pelas histórias do seu pai e irmãos de armas.

A Criança Nuno Álvares Pereira

Para ver o túmulo do seu pai, và à igreja do Mosteiro. Álvaro Gonçalves Pereira falece 1 ano antes da crise que obriga o filho a enfrentar o exército de Castela (Espanha).

Um prior hospitalário não podia casar, de modo que Nuno Álvares Pereira é bastardo. Curiosamente, é fascinado pela lenda de Galahad: o bastardo de Sir Lancelot (da Távola Redonda) que se torna no perfeito cavaleiro e alcança o Santo Graal.

Lenda de Galahad que inspirou Dom Nuno Álvares Pereira
Representação da lenda de Galahad

Galahad tinha um escudo branco com uma cruz vermelha – adaptado como emblema pelos templários e patente no estandarte de Dom Nuno.

Mosteiro Flor da Rosa
Mosteiro Flor da Rosa

E no ano de 1384, o jovem Dom Nuno desloca-se para Crato com 1500 homens, pois um exército invasor acaba de acampar por aqui.

Este primeiro exército castelhano é pequeno (5000 homens) quando comparado com a capacidade de Castela, ainda assim numericamente bem superior.

Colidem em Atoleiros (meia hora de carro de Crato), donde Nuno Álvares Pereira é vitorioso. Tinha 23 anos…

Começa assim o mito medieval de que é iluminado por Deus, pois as perdas portuguesas são insignificantes.

Representação do Jovem Nuno Álvares Pereira como Fronteiro do Alentejo
Representação do Jovem Nuno Álvares Pereira como Fronteiro do Alentejo

Alter do Chão

Alter do Chão, a 13 km sul de Crato Portugal, é outra vila que se desenvolve à base do comércio dos têxteis, particularmente durante o século XIV.

Castelo de Alter do Chão

Castelo do Alter do Chão
Castelo do Alter do Chão
  • Coordenadas: 39.199,-7.65865

Há um Castelo Medieval, de estilo gótico (século XIV). Suba a torre central para uma visão geral da região. No Reinado de Dom Fernando os domínios da Vila, e castelo, foram dados a Nuno Álvares Pereira.

Mais tarde ofereceu a Gonçalo Eanes de Abreu, natural de Castelo de Vide e membro da afamada Ala Dos Namorados (assim chamada por serem os mais jovens) na batalha de Aljubarrota.

Coudelaria Alter-Real

  • Coordenadas: 39.222174,-7.686563

A principal razão para uma visita a Alter do Chão é a Coudelaria Alter-Real, a 15 minutos fora do povoamento. Foi fundada em 1748 por Dom João V da Casa de Bragança, e permanece na família até 1910, quando o Ministério da Guerra assume o controlo.

Já nos tempos romanos, o cavalo é visto como das maiores riquezas da Península Ibérica; o melhor que eles conheciam.

Hoje em dia sabemos que o Puro Sangue Lusitano é descendente direto, linha ininterrupta via feminina, dos cavalos que os romanos aqui encontraram (século II antes de Cristo).

Coudelaria Alter-Real

Não é o mais rápido (embora seja rápido), mas muito leal e manejável: segue corajosamente as ordens do cavaleiro, inclusive contra o seu próprio instinto de sobrevivência. É algo de muito especial.

É retratado na estátua equestre de Dom José na Praça do Comércio em Lisboa, o favorito da Guarda Nacional Republicana (GNR) e da Escola de Lisboa de Equitação em Queluz. Há um pequeno museu, café-restaurante, falcoaria e exibições equestres.

Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros

  • Coordenadas: 39.052111, -7.644458

Vinte minutos, para sul pela N245, chega ao Centro de Interpretação da Batalha de Atoleiros (encerra às 17:00) que nos narra a batalha travada.

Portugal estava em franca desvantagem e Dom Nuno Álvares Pereira abdica das qualidades do cavalo português, preferindo a tática dum exército compacto e de índole defensivo – assegurando a vitória.

O sucesso anima imenso os defensores do reino: Castela (Espanha) não é invencível e Dom Nuno não é coragem sem substância.

Na entrada há um fresco que retrata o embate da magnífica cavalaria castelhana que se esbate na infantaria bem organizada.

Do lado português vê o estandarte de Nuno Álvares Pereira (criado pelo próprio): fundo branco com a cruz do Galahad e em cada canto uma imagem piedosa ao pé dum pequeno escudo da família Álvares Pereira.

Na época medieval, os responsáveis por carregarem os estandartes eram notoriamente corajosos e desta forma animavam a sua gente.

O exemplo mais extremo ocorre em plena batalha de Toro, quando o Duarte de Almeida, após ser decepado de ambas as mãos, segura a bandeira real com os dentes…

É o próprio adversário, testemunha comovida, que o transporta semimorto para um hospital em Castela. Duarte de Almeida viverá – teve 6 filhos e 1 filha.

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