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Palmela

A 40 minutos de Lisboa (leia o que visitar em Lisboa), encimando o casario branco, o majestoso Castelo de Palmela espreita a região junto ao estuário do Sado.

É um magnífico mirante para Setúbal (leia o que visitar em Setúbal), Troia, e para as serras da cadeira montanhosa que une Palmela e Sesimbra.

É vila há mais de 600 anos, mas o castelo é mais antigo, do tempo da ocupação islâmica, passando para as mãos dos temerosos cavaleiros de Santiago com a reconquista cristã.

Cavaleiro de Santiago
Cavaleiro de Santiago

Palmela passa a ser a sua sede (antes era Alcácer do Sal), a partir do século XV até ao século XIX.

Fora da vila, o campo apresenta ótimas condições, de sol e clima, para a produção de uvas de mesa e para a criação de ovelhas que estão na origem do inconfundível queijo de Azeitão. É das regiões vitícolas mais antigas do país.


Castelo de Palmela

  • Coordenadas: 38.565854, -8.901288

O castelo, sob um rochedo enorme quase a pique, foi o sentinela do Sado. Erguido pela dinastia árabe omíada, entre os séculos VIII e IX, monitorizava o território além Tejo, Alcácer do Sal (Al-Kassr) e domina a área da Arrábida.

Conquistado por Dom Afonso Henriques (1147), é perdido e recuperado até que Dom Sancho (filho de Afonso) entrega-o à ordem de Santiago de Espada.

Igreja de Santa Maria
Igreja de Santa Maria
  • Coordenadas: 38.566043, -8.900526

Junto à Torre de Menagem (século XIV), vê as ruínas do 1.º templo cristão, a Igreja de Santa Maria (século XII) – possivelmente o local donde ficava a mesquita.

Enquanto Alcácer do Sal permanece nas mãos das forças islâmicas, nenhuma comunidade floresce ao pé do Sado. Com Alcácer conquistada, Setúbal floresce.

Igreja de Santiago de Palmela

No interior das muralhas, descobre a Igreja de Santiago de Palmela (século XIV): magnífica expressão da arte gótica.  No seu auge era forrada de azulejos. Foi abandonada em 1835 e mais tarde pilhada.

O seu patrocinador foi Dom João, mestre da ordem, príncipe e irmão de Infante Dom Henrique.

  • Coordenadas: 38.565510, -8.901402

No interior verá representações do apóstolo Santiago Maior como guerreiro. A sua metamorfose em cavaleiro celestial nasce da tradição que a sua sepultura foi descoberta na Galiza: túmulo romano de grande devoção, conhecido como túmulo do apóstolo.

Esta descoberta coincide com o movimento da reconquista e fizeram-no o herói da reconquista: Santiago Mata-Mouros. É o apóstolo de Espanha e o Santuário de Compostela é dos maiores da cristandade.

Por isso, o grito de batalha “Santiago” será substituído por “São Jorge” que Nuno Álvares Pereira bradou em bom som antes das batalhas.

Sepultura dum Cavaleiro de Santiago
Sepultura dum Cavaleiro de Santiago

No interior, verá sepulturas de cavaleiros e a arca de Dom Jorge, o último mestre. Fernão Mendes Pinto, que escreve a obra “Peregrinação”, foi seu moço de recados.

Mestre Jorge era filho de Dom João II, que fez tudo para que lhe sucedesse no trono, mas nunca foi rei.

Dom João II também foi mestre da ordem e no castelo morre um dos conspiradores contra a sua vida: bispo Garcia de Menezes que teve dores após jantar – todos entenderam que fora envenenado…

Perto da torre, descobre a pitoresca Taverna Bobo da Corte: petiscos deliciosos servidos com simpatia – de bom valor.

  • Coordenadas: 38.565943, -8.899661

Na torre de Menagem, o jovem Nuno Álvares Pereira fez sinais de fogo, dando alento aos defensores de Lisboa quando o Castelo de São Jorge está cercado. Ao comandante castelhano envia, simbolicamente, um urso que caçou na mata.

A mando de Dom João I (pai de Infante Dom Henrique) é erguido um convento no castelo. Reformado, dá agora lugar a uma das pousadas mais famosas do país.

  • Coordenadas: 38.565678, -8.901624

A Pousada Castelo de Palmela (4 estrelas) tem bar, restaurante e belo terraço. Os quartos são confortáveis e terá ótimo pequeno almoço oferecido nos claustros – o seu amigo de 4 patas é bem vindo.

No século XIX, ainda havia uma pequena guarnição liderada pelo Major Capelo, pai de Hermenegildo Capelo que faz a travessia de Angola a Moçambique –  4000 km pelo coração duma África ainda selvagem.

Era o preparatório do plano duma área portuguesa que iria da costa do atlântico até à costa do Índico – ambição negada pelo ultimato inglês (1890).

Parque Venâncio Ribeiro da Costa

  • Coordenadas: 38.566572, -8.901753

O Parque Venâncio Ribeiro da Costa, conhecido coloquialmente por esplanada, é um sítio de grande beleza que liga o castelo ao centro histórico.

De cariz romântico, sobressai espécies como o carvalho, plátano e o feto arbóreo. No seu seio tem 1 pequeno anfiteatro, jardim infantil, hortas comunitárias e 1 parque de merendas.

Igreja de São Pedro

  • Coordenadas: 38.567639, -8.899032

Em Palmela não há só castelo, há uma vila castiça. Descendo 200 metros tem a Igreja de São Pedro (século XIV). Remodelada ao longo dos séculos, no interior verá lindos azulejos do século XVIII que contam a história de São Pedro.

  • Coordenadas: 38.567413, -8.899142

Ao pé, vê o interessante seiscentista Paços do Concelho que já foi tribunal, cadeia e espaço da GNR – hoje em dia alberga a Câmara Municipal.

Até ao século XIX, tudo gira à volta do mestrado de Santiago. Não havia outro grupo com meios para dinamizar a terra. Quando passeia nas ruas, não vê palácios burgueses.

Com o melhoramento das estradas e dos caminhos de ferro, Palmela renasce e novos bairros crescem na periferia.

Casa Mãe da Rota de Vinhos

Numa reformada adega, no Largo de São João de Baptista, descortina a simpática Casa Mãe Rota dos Vinhos que promove vários produtos da região.

  • Coordenadas: 38.571435, -8.902599

Aprecie as diversas iguarias locais que se inspiraram na história e tradição –  experimente o pastel de Santiago ou o bombom de Moscatel de Setúbal.

Não se esqueça do queijo de Azeitão. Só pode ser feito do leite de ovelha nos concelhos de Palmela, Setúbal e Sesimbra. É amanteigado, ligeiramente salgado, dos melhores que se fazem em Portugal.

O vinho tradicional é o Moscatel, vinho fortificado doce com sabor a mel (com origem em Azeitão).

Na viticultura de Palmela predomina a casta de uva Castelão (conhecida por periquita), e na casta de uva branca se destaca o Moscatel, Fernão-Pires e Tamarez.