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O que fazer na ilha do Corvo em 1 dia

Vai visitar o Corvo? Nós já visitámos o Corvo várias vezes. Pequena joia na coroa açoriana, Reserva da Biosfera da UNESCO – remanescente dum vulcão (extinto).

E no norte da ilha ficou como recordação dum vulcão a Lagoa do Caldeirão, a maior atração da ilha, e das mais bonitas que nossos olhos testemunharam.

Faz parte do grupo ocidental do arquipélago dos Açores (com a vizinha ilha das Flores). É a ilha mais pequena portuguesa e certamente dos lugares mais isolados da Europa.

Sabem o que isso significa? Que se quiser fugir do mundo, este é o lugar.

Visitar a ilha do Corvo – Atrações Principais com Mapa

Destaques

Vila do Corvo

Quer chegue de avião ou de barco, a sua aventura começa no único povoado da ilha. Chama-se…Vila do Corvo, o que é surpreendente, certo?

Pragmatismo no seu melhor, assim eram os nossos antepassados.

Vila do Corvo é a mais pequena vila e concelho de Portugal e na última viagem mereceu de nós 1 ou 2 horas vagueando na parte antiga.

Depois seguirmos à Lagoa do Caldeirão no norte da ilha. No total, guarde pelo menos 4 horas para explorar a ilha.

1. Praia da Areia

A pequena e charmosa Praia da Areia é a única de areia da ilha, perto dum pequeno parque de campismo. Não se esqueça do protetor solar.

2. Casa do Bote – Posto de Turismo

  • Coordenadas: 39.670268, -31.113637

O posto do turismo, cheio de informações úteis, fica junto ao aeródromo: Casa do bote.

No interior, nossos olhos fixaram-se no bote, com todos os pormenores e que participou na caça à baleia nos Açores.

A ilha cessou a caça à baleia, inícios do século XX, devido às tempestades que assolavam a costa da ilha. Fez-nos refletir sobre as adversidades enfrentadas por aqueles que habitaram

3. Visitar os Moinhos de Vento

  • Coordenadas: 39.670085, -31.114298

A 100 metros do aeródromo avista tradicionais moinhos de vento. Uma onda de nostalgia invadiu-nos, pois sabíamos que muitos destes moinhos desapareceram com a construção do aeródromo e porto.

No passado eram parte central da vida corvina, donde saía a farinha para fazer o pão de milho e alimentar os locais.

4. Porto da Casa

  • Coordenadas: 39.671814, -31.110230

Na extremidade sudeste, descobrimos Porto da Casa, que no verão torna-se numa zona balnear deliciosa. Mesmo com uma pequena frota de pesca ancorada, notámos haver cada vez menos pescadores, sinal dos tempos.

Do porto partem lanchas e pequenas embarcações que vencem os 24 km de mar que separam a Ilha das Flores (Santa Cruz) – saem várias vezes por dia e custam cerca de €10 (para saber mais veja atlanticonline).

O balanço do mar, o som das ondas que se mistura com o roncar do motor, fazem daqueles 40 minutos uma viagem memorável.

5. Igreja da Nossa Senhora dos Milagres

  • Coordenadas: 39.671959, -31.111528

Caminhamos então pelo centro vila. Cada vez que visitamos, é como se o tempo tivesse parado: um retoque aqui, uma nova cor ali, mas as velhas ruas de basalto permanecem quase intocadas.

Casas firmemente amontoadas para assegurar a proteção mútua e rentabilizar o terreno arável.

Do porto, as ruas correm em direção à Igreja da Nossa S. dos Milagres, construída no século XVIII (paga pela população do Corvo) sobre a antiga ermida do século XVI, onde se realizam cerimónias religiosas.

6. Império do Divino Espírito Santo

Império do Espirito Santo
Império do Espírito Santo
  • Coordenadas: 39.673380, -31.111460

A 200 metros tem o largo do Outeiro, o antigo centro de convívio dos homens da vila, donde reside o Império do Divino Espírito Santo.

Contaram-nos que, durante séculos, este lugar serviu como uma escola e local de reuniões para os habitantes locais.

7. Centro de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo

  • Coordenadas: 39.673706, -31.111949

A 100 metros do Largo Outeiro, fica o C. de Interpretação de Aves Selvagens do Corvo

A primeira vez que visitámos Corvo no verão, aqui os nossos olhos iluminaram-se, pois descobrimos que a ilha é como se fosse a Black Friday de aves raras – não é exagero dizer que é um paraíso do birdwatching.

Inspirados, caminhávamos de peito estufado com recém-binóculos pendurados no pescoço, cumprimentado os locais.

E depois descobrimos a época certa é outubro… quando especialistas de muitos países da Europa deslocam-se em busca das aves difíceis de encontrar. Ficam 2 a 3 semanas!

A natureza tem o seu calendário, e nós, meros peões, é que temos de acertar com as datas.

8. Lacticorvo, Locais a visitar

  • Coordenadas: 39.675292, -31.113568

A 250 metros, para norte, chega à Lacticorvo. Ainda hoje, se fecharmos os olhos, somos invadidos por aquele aroma inconfundível da queijaria.

Aqui é produzido o queijo curado (cura de 60 dias), de pasta semidura, cor amarelada e de sabor ligeiramente picante. Que delícia.

E com cada dentada, somos teletransportados de novo para aquele pequeno ponto no meio do oceano.

9. Miradouro do Portão

mirante para a vila
Portão
  • Coordenadas: 39.675028, -31.108719

A estrada da vila serpenteia para norte, para áreas de pastagem, até ao topo do vulcão, o ponto mais alto da ilha do Corvo – Monte Grosso (770 metros).

Somente a 2 km da Vila tem o Mirante do Portão – num dia de céu claro, a localidade se estende como um mapa vibrante, com Flores no horizonte.

10. Lagoa do Caldeirão do Corvo

Bonita lagoa do corvo
  • Coordenadas: 39.708249, -31.098767

Continuando para norte, 10 minutos (5 km), chega ao Mirante do Caldeirão. Ao sair do carro é saudado pela paisagem de cortar a respiração cuja beleza nos atinge de imediato.

Já viemos aqui vários vezes, mas a cada visita, o mesmo arrepio. Não é à-toa que o Caldeirão é o local mais popular da ilha.

O colapso do topo do vulcão central deu origem à lagoa de 3 700 metros de perímetro com cones vulcânicos de pequena dimensão.

Na pequena península do Cachimbo, os misteriosos buracos sempre suscitaram a nossa curiosidade. Recordamos as discussões entre nós: câmaras funerárias que reescreviam a história dos Açores? Sugere o brincalhão entre nós: “extraterrestres”!

Ou abrigos para porcos, como nos contaram os locais, usados nas tradicionais matanças?

As antigas fotos do século XIX do príncipe Alberto I, que observámos na Casa dos Bote, mostram claramente esses porcos perto do Caldeirão.

Mas as lendas e a curiosidade mantêm viva a magia deste lugar.

Onde Comer e Gastronomia

Infelizmente, a essência do Corvo não está nos menus de restaurantes. Vive nas cozinhas fumegantes das casas dos mais antigos, onde as histórias são contadas ao ritmo do amassar da massa.

Está no pão de milho, fiel companheiro das tortas de erva do calhau, bolinhos de alga salgada, moldados com farinha e ovos, fritos em banha pura.

Restaurante Caldeirão. Nossas visitas ao Restaurante Caldeirão são uma festa, pois sabemos que o buffet, generoso, apazigua o depósito vazio. Mas a popularidade, por vezes, cria encontros apressados na caixa.

Morada: Aeródromo do Corvo, 9980-000 Corvo.

Telefone: 967 548 383.

BBC Caffé & Lounge, com sua francesinha inesperada, é uma revelação. O menu é conciso, refeições ligeiras. A simplicidade é a estrela. Gerido pela Associação dos Bombeiros Voluntários do Corvo, não visa ser restaurante turístico.

francesinha no BBC Caffé & Lounge
BBC C. & Lounge

Morada: Av. Nova, 9980-039, Corvo.

Telefone: 292 596 030.

Melhor época para visitar

Verão: Quando o sol beija a ilha e as tradições florescem. A Vila do Corvo é o centro vibrante da festa e devoção à Nossa S. dos Milagres que ocorre em 15 de agosto.

Outubro: Cede lugar à inquietude dos pássaros migratórios. O Corvo torna-se um refúgio, um santuário natural que convoca olhares ávidos de observadores.

Quantos dias para visitar o Corvo

Pode ficar 1 dia e consegue ver os principais pontos de interesse. Dito isto, precisa dum par de dias para conhecer o tesouro da ilha: a sua gente.

Com tempo, existem várias caminhadas e passeios marítimos – mas o grande prazer do Corvo é libertar-se do stress.

Onde ficar no Corvo

A oferta de alojamento na ilha é limitada para a procura: 

  • Guesthouse Comodoro – à margem do centro da vila do Corvo, aguarda com o seu charme discreto. O jardim, os quartos respiram com a brisa do mar. Reservas se tornam raras como ouro.
  • Guesthouse Joe & Vera’s Vintage Place – entre as ruelas da ilha, temos a no centro da Vila. Há um terraço, quartos para pátios introspetivos, e, pela manhã, o aroma do pequeno-almoço continental.

Para explorar mais opções de alojamento no Corvo, clique no link abaixo.

Fazer o trilho do Caldeirão, Corvo PR2 COR

No dia em que decidimos explorar o trilho PR2COR Caldeirão, o sol brilhava radiante. Junto ao mirante começa o trilho de 5 km (percurso pedestre de 2 horas e 30 minutos).

Atravessando o interior da caldeira, circunda o reservatório aquático e sobe de regresso ao Miradouro.

Recordámos o prazer do silêncio, apenas interrompido pelo som dos nossos passos e o ocasional chilrear dos pássaros. Ao longo do trilho vemos as lindas hortênsias.

Trilho da Cara do Índio PR1 COR

Do majestoso Caldeirão à vibrante Vila do Corvo, esta trilha desenha a essência de uma ilha quase intocada pelo tempo. São 10 km de percurso (3 horas de duração).

Passamos pela casa dos Florestais. O cone vulcânico e a enigmática rocha Cara do Índio cruzam o caminho.

A descida revela flora endémica e vislumbres da Vila, com sua rica história e moinhos de vento tradicionais. Terminámos na praia e no EcoMuseu – uma caminhada que irá permanecer nos nossos corações por muito tempo.

Passeios de Barcos com Parceiros de Viagem

No meio da oferta, duas empresas emergem: Extremocidente e Experience OC. Ambas são especialistas em ligar as ilhas açorianas, seja sob o olhar do guia ou deixando os viajantes traçarem os seus próprios caminhos. A escolha é sua.

Mas uma coisa é certa: entre Flores e Corvo, a aventura é garantida.

Experience OC

Viagem ao Corvo sem Guia:

Pelo preço de 55 € para adultos (ou 40 € para jovens entre 6-12 anos), mergulhámos em 6 horas de descobertas entre as imponentes grutas das Flores até ao Corvo.

E, se o chamado do interior da ilha for irrecusável, por mais 5 €, caminhámos pelas profundezas do Caldeirão.

Contactos Úteis:

Website: https://experienceoc.pt/

Rua da Esperança, 9970-390 Santa Cruz das Flores

Telefone: 965 444 505

Extremocidente – Fazer o “Trip to Corvo”

Juntámo-nos a outras 25 almas aventureiras, todos ansiosos por serem navegadores do atlântico por uma dia. Assim que zarpámos, a adrenalina era palpável.

Navegámos pela costa nordeste das Flores, com paragem em Ponta Delgada. Revelou-nos grutas escondidas e cascatas na ilha das Flores que se lançavam audaciosamente no oceano.

E enquanto rumávamos a Corvo, num dado momento, alguém apontou para o horizonte: golfinhos! Saltando alegremente entre as ondas. Era como se nos estivesse saudar e a exibir-se, gratos pela nossa admiração.

Em Corvo, carrinhas de 8 lugares aguarda. Com o vento no rosto, subimos até ao Caldeirão, no topo da ilha.

O almoço é opcional, mas a caminhada nas ruas estreitas e sinuosas de Corvo não. Às 15h, o barco da Extremocidente chama.

Contactos Úteis:

Website: https://extremocidente.pt/

Morada: Avenida dos Baleeiros 9970-306 , Santa Cruz das Flores

Telefone: 292 590 100

Observação de aves no Corvo

A ilha do Corvo tornou-se um palco inusitado para uma paixão peculiar: o “twitching”. Nome estrangeiro para deixar tudo para trás na perseguição dum bater de asas.

Uma fragata é mais do que uma ave: é uma história de dedicação e encanto.

Melhor Época para Observação?

Outubro destaca-se como o mês de aves migratórias raras.

Dicas sobre transporte na ilha do Corvo

A ilha resiste à modernidade dos táxis. Mas há a Corvo Tours, carrinha conduzida pelo Fernando Pimental Câmara. Conhece o Corvo para além dos mapas, contando histórias que só um local conhece.

Telefone: 912 635 318.

Alugar carro no Corvo? Desnecessário.

Como Chegar à ilha do Corvo

De Avião

A pequena ilha do Corvo se agita sob o som de aviões da SATA – Air Açores. Ilha das Flores, Horta, Terceira: todas enviam viajantes pelo céu.

O pequeno Dash 8 faz 2 voos semanais – quarta e sexta – ligando Flores ao Corvo. Cerca de 70 euros, viagem curta (15 minutos), no avião de 37 assentos. De Faial são 40 minutos.

Na alta temporada? Assentos evaporam, vendidos meses antes. O pequeno aeródromo está situado no limite sul da vila.

De Barco

Porto da Casa

A melhor mais popular de chegar à ilha do Corvo é de barco a partir das Flores, realizada pela Atlanticoline. A travessia dura 45 minutos feita no barco Ariel.

Por 10 €, duas vezes por semana, pode-se fazer a travessia de 24 km. Às terças e sábados, parte de Corvo às 9h, chegando às Flores às 9:40h. Retorna a Corvo às 10h, repetindo o ciclo à tarde.

Onde comprar bilhetes?

Pode comprar bilhetes no site da Atlanticoline.

Património, cultura e história da ilha

A ilha foi descoberta por Diogo de Teive (1452), capitão de caravela e cavaleiro do Infante Dom Henrique, governador da Ordem de Cristo (sucessores da Ordem dos Templários).

Representação de Diogo de Teive

Os primeiros corvinos enfrentaram adversidades defendendo-se de piratas otomanos. Mesmo em desvantagem numérica, resistiam, comunicando-se com Flores por fogueiras no morro para sinalizar emergências.

O número de fogueiras indicava se precisavam de médico ou padre.

Durante o domínio espanhol em Portugal, foram alvo de corsários ingleses, como Sir Francis Drake, que atacou o Porto das Casas.

Para sobreviver, formaram alianças arriscadas com estes corsários, mas ainda enfrentavam a ameaça dos piratas da Barbaria.

 Piratas Otomanos da Barbária
Piratas Otomanos da Barbária

No século XVII, atacaram por 2 vezes e como boas-vindas pedras lançadas dos penhascos. Numa das batalhas, 10 naus repletas de piratas berberes invadiram a ilha!

Enquanto 200 Corvinos defendiam-se, o vigário trouxe a imagem flamenga Nossa Senhora do Rosário e desde então, conhecida como Nossa S. dos Milagres e mora na Igreja da Nossa S. dos Milagres.

A 15 de agosto, o Corvo revive para a festa da Nossa S. dos Milagres. Ruas silenciosas ganham vida com música e risadas.

Festas da Nossa Senhora dos Milagres

Imagem da Nossa Senhora do Rosário – a “Nossa S. dos Milagres”

Durante a presença de D. Pedro IV nos Açores em 1832, José Xavier Mouzinho da Silveira introduziu reformas liberais, aliviando os Corvinos dos pesados impostos.

Corvinos sentiram a diferença imediatamente, por séculos oprimidos por impostos esmagadores. E Mouzinho da Silveira quis ser enterrado no Corvo, rodeado por aqueles que haviam mostrado gratidão tão genuína.

Lendas do Corvo e Ponta do Marco

A ilha é também famosa por seus mitos, incluindo a Estátua Equestre na Ponta do Marco. Segundo a lenda, vista pelos primeiros portugueses no século XV, simbolizando um continente desconhecido.

  • Coordenadas: 39.723722, -31.119140

É um histórico que, no século XVI, Damião de Góis relata que Dom Manuel I mandou retirar a Estátua Equestre do Corvo.

Mais tarde, Gaspar Frutuoso menciona a estátua e sugere que a elite açoriana já conhecia a Terra Nova antes de Cristobal Colón descobrir a América.

Revelar tais segredos no século XV era arriscado, mas Frutuoso escreveu no início da União Ibérica, quando a independência de Portugal parecia coisa do passado.

Alojamento no Corvo

Vista da Ilha do Corvo a partir do Aeroporto
  • Envolva-se na serenidade da menor ilha dos Açores, onde a natureza e a tradição se entrelaçam.
  • O Corvo oferece uma experiência única,, proporcionando uma pausa verdadeira da agitação diária.