Visitar São Martinho do Porto? Imagine uma concha perfeita, dourada de areia fina, embalada por um oceano tão tranquilo que as crianças podem brincar sem preocupações.
Nas artérias da A8 e A1, São Martinho do Porto repousa a 40 km de Leiria, 90 km de Lisboa. No verão encontrar estacionamento é quase como buscar uma agulha num palheiro, mas ninguém parece importar.
- O que ver, fazer em S. Martinho do Porto e arredores
- Onde comer em São Martinho do Porto
- Cidades perto de São Martinho do Porto:
- A sul de São Martinho do Porto
- Para o centro – Visitar Alcobaça
- A norte de S. Martinho do Porto
- Como Chegar à Baía de São Martinho do Porto?
- Quando Visitar São Martinho do Porto?
- Um pouco de história
O que ver, fazer em S. Martinho do Porto e arredores
Mirantes como o de Santo António e do Cruzeiro oferecem panoramas que fazem o horizonte parecer um palco.
A Praia da Gralha revela o Atlântico em sua forma mais dramática e selvagem.
1. Visitar a Praia São Martinho do Porto
Pense numa baía em forma de concha que parece ter sido pintada por um artista apaixonado por tranquilidade. É um abraço de areia e água que faz qualquer stress evaporar.
Estacionar? Bem, essa é a parte do desafio, mas somos cabalmente recompensados!
A praia é um santuário para famílias e curiosos.
Com três quilómetros de areia e uma barra de mar com 250 metros de largura, podemos realmente se esticarmos aqui.
2. Miradouro de São Martinho do Porto
Caminhando até ao cais, encontrámos num morro o Farol de Santo António e um mirante.
Quer limpar a mente, ver um pôr do sol ou simplesmente engolir um panorama deslumbrante? Este é o local.
E se quiser ouvir o sussurro do atlântico, um túnel cavado na rocha nos leva até lá.
O cais, construído em meados do século XIX, acabou por dividir a vila em dois núcleos: a parte alta, onde se encontra a Igreja Matriz do século XVIII, e a zona baixa, de cariz piscatório.
Esta área tornou-se o refúgio predileto da nobreza e da alta burguesia no século XIX, levando à alcunha o bidé das marquesas.
3. Ver o Miradouro do Cruzeiro
Suba um pouco e chega ao Miradouro do Cruzeiro. É aqui que os olhos se rendem ao cenário diante de si. É o lugar para assistir ao pôr do sol como se fosse um filme de sucesso.
No topo, encontra-se o Cruzeiro de Santo António 1940, monumento que celebra a Restauração da Independência de Portugal.
4. Visitar o Miradouro do Facho
Apenas um quilómetro ao norte e eis que surge o Miradouro do Facho.
Se o dia estiver claro, conseguirá ver a Nazaré ao longe. É o tipo de lugar onde não sabe se tira fotos, faz uma reflexão profunda ou apenas deixa o olhar vagar pelo infinito.
5. Praia da Gralha – Costa da Prata
Agora, se é do tipo que gosta do mar um pouco dramático, a Praia da Gralha é o seu lugar. Nada de águas tranquilas ou vendedores ambulantes; é o Atlântico na sua forma selvagem.
Os surfistas de parapente e pescadores consideram este lugar como o seu segredo. Mas atenção, é tão bela quanto perigosa para um mergulho.
Onde comer em São Martinho do Porto
Boca Do Mar
Passeando pela avenida, distraído pela vista da baía, tropeçamos no restaurante Boca Do Mar.
De ambiente familiar com um toque de modernidade, é onde quer estar. Aqui, encontrámos um arroz de marisco bem preparado. A cataplana de peixe, de porções generosas, é popular.
Fechamos com um banana split.
E a vista da esplanada? Podemos dizer que é a cereja no topo do bolo, ou neste caso, da banana split.
Morada: Avenida Marginal 26D, 2460-096 São Martinho do Porto
Telefone: 262990749
Gelatomania na Marginal
Voltando à marginal, é hora de se divertir. Se tem crianças, é a hora de libertá-las nas bicicletas. E para adoçar o dia, a Gelatomania.
Os waffles são como um abraço gastronómico: generosos e crocantes, uma festa para as papilas gustativas.
Onde Ficar em São Martinho do Porto?
Hotel Concha
É quase como uma extensão da praia, mas com lençóis limpos e um ar-condicionado que realmente funciona. A poucos passos do oceano, nesse acolhedor hotel de 3 estrelas não apenas ouve o mar; o vê, bem ali, da sua varanda.
Cidades perto de São Martinho do Porto:
No distrito de leiria, para norte tem Nazaré (15 minutos pela N242), Batalha (meia hora pela IC9), Porto de Mós a 35 minutos, Leiria a meia hora (pela A8) e Fátima, já no distrito de Santarém.
Para sul tem Caldas da Rainha (20 minutos pela A8), Óbidos (meia hora pela A8), Peniche (40 minutos) e Santarém (50 minutos).
A sul de São Martinho do Porto
Ao sul, a Praia de Salir do Porto encanta com sua duna majestosa e história marítima. Caldas da Rainha e Óbidos adicionam um toque de história e cultura.
6. Praia de Salir do Porto – Caldas da Rainha o que visitar
A dois quilómetros, onde a baía se finda e o rio Tornada se desvenda, desponta a Praia de Salir do Porto.
A viatura é abandonada quase à beira da espuma. O areal estende-se, entrecortado por passadiços de madeira.
7. Dunas de Salir do Porto
Erguendo-se a cinquenta metros, a duna de Salir do Porto ostenta o título da mais alta do território português. É raro quem resista à descida acelerada, que, invariavelmente, culmina na imersão de grãos dourados.
8. Ver as Ruínas da Alfândega
Das próximas vezes que visitar São Martinho do Porto, tome nota das ruínas nos confins da praia. São vestígios duma alfândega renascentista.
No tempo em que Dom João II sentava-se no trono, das madeiras do Pinhal de Leiria emergiam embarcações aqui.
Diz a voz popular que aqui nasceu a Nau São Gabriel, protagonista na odisseia indiana de Vasco da Gama.
9. Visitar a Capela de Santa Ana
No topo da subida, a Capela de Santa Ana surge como um ponto de encontro entre o passado e o presente, onde o oceano e as falésias dão o tom à cena.
A capela, restaurada, mas impregnada de séculos de orações e despedidas, remonta ao século XII.
10. O que fazer? Passadiços da Foz do Arelho
São uma dúzia de minutos percorrendo a serena faixa que ladeia o Atlântico, até aos Passadiços da Foz do Arelho.
A topografia da encosta, de contornos caprichosos, faz o jogo do esconde-esconde com a nossa perceção do oceano e da Lagoa de Óbidos
Em dias de céu rasgado, as Berlengas (veja visitar as Berlengas) emergem e vislumbra-se Peniche.
11. Visitar a Praia da Foz do Arelho
A Praia da Foz do Arelho é um encontro abençoado entre a Lagoa de Óbidos e o Atlântico.
Palco de areia estirado a perder de vista que acolhe brincadeiras em família.
À beira da lagoa, as águas são acolhedoras.
12. Ver o Parque Dom Carlos I – Visitar Caldas da Rainha
Um trajeto de vinte minutos pela A8 nos leva ao âmago de Caldas da Rainha, onde o Parque Dom Carlos I emerge, legado do passado termal da cidade.
Patos, pavões e cisnes são residentes daquele recanto.
Aqui, os barcos deslizam no espelho de água do lago, para um passeio romântico neste santuário erguido por Dom João V.
O parque acolhe o Museu José Malhoa.
13. Visitar Óbidos
A meio hora pela A8, Óbidos desponta como um relicário medieval atrás de muralhas soberanas. A vila desdobra-se por ruelas sinuosas e praças.
Para o centro – Visitar Alcobaça
Para o interior do concelho de Alcobaça, meia hora pela estrada N8, chegámos ao centro histórico.
14. Ver o Mosteiro de Alcobaça
O Mosteiro de Alcobaça ecoa os desígnios de Dom Afonso Henriques. O maior bastião da fé Cisterciense no mundo, é a primeira obra gótica plantada em solo lusitano (1178).
É filho de terras conquistadas aos mouros, sob a vigilância espiritual de Bernardo de Claraval, cujas veias históricas misturam-se com os templários.
Lá repousam os túmulos de Dom Pedro I e Inês de Castro, protagonistas de uma história de amor proibido que se gravou na pele da nação como uma tatuagem indelével.
Pastelaria Alcoa
A um lançar de pedra do mosteiro, a Pastelaria Alcoa espera. Por trás do balcão reluzente, um arsenal de doces.
As cornucópias, cones de massa preenchidos com creme de gema, são a atração principal da casa. Tem dos melhores pasteis de nata em Portugal.
Fundada por Joana Alves quando tinha apenas 20 anos, a Pastelaria Alcoa converteu-se num repositório de receitas e técnicas que estavam à beira do esquecimento.
Entrar na cozinha da Alcoa é como ativar uma máquina do tempo.
Quebram-se os ovos manualmente, como se os rituais do passado fossem um tempero indispensável do sabor.
Restaurante António Padeiro
O restaurante António Padeiro, desde 1938, desafia o tempo numa rua estreita e finita.
Hoje sob a batuta da terceira geração familiar, o espaço exibe uma decoração povoada de objetos antigos e fotografias.
Entre os clássicos do menu, a perdiz na púcara é um prato delicioso que subsiste na memória do palato.
Nas sobremesas, somos confrontados com dilemas de escolha: o Doce do Paraíso, à base de gemas e amêndoas e coroado com caramelo, transforma a degustação num momento próximo do êxtase.
Morada: Rua Dom Maur Cocheril 27, 2460-032 Alcobaça
Telefone: 262582295
A norte de S. Martinho do Porto
A norte, encontrará diversas praias e atrações históricas como o Mosteiro da Batalha e as Grutas de Mira de Aire.
15. Praia do Salgado – Visitar Nazaré
A Praia do Salgado é um exemplo de beleza natural crua.
Localizada a apenas 15 minutos de São Martinho do Porto, estende-se por cinco quilómetros, convidando à introspeção.
Dada a força das águas, a prudência é recomendada. Ainda assim, a praia está bem equipada com casas de banho, nadador-salvador, bar-restaurante e estacionamento.
16. Praia da Nazaré
Em contraste, a Praia da Nazaré oferece um ambiente mais cosmopolita. Aqui, o Atlântico é ligeiramente mais calmo, especialmente perto da falésia do Sítio.
O estacionamento pode ser um desafio, mas a recompensa é uma praia vigiada com várias comodidades e um panorama que é simplesmente deslumbrante.
17. Forte de São Miguel Arcanjo
O Forte de São Miguel Arcanjo, estrutura que data de 1577, serve hoje como um miradouro espetacular tanto para a Nazaré como para a Praia do Norte.
No inverno, este é o local onde os aficionados por surf vêm para observar as ondas titânicas que surgem, canalizadas pelo fenómeno natural conhecido como Canhão da Nazaré.
18. Praia do Norte
A Praia do Norte, situada ao lado do Promontório da Nazaré, tem um caráter agreste.
Este é o lugar onde encontra das maiores ondas do mundo, e o recorde mundial registado pelo Guinness World Records da onda mais alta surfada (26,2 metros).
No entanto, tem um lado mais tranquilo e é uma excelente escolha durante o verão, quando as águas são mais calmas.
19. Praia do Vale Furado – Alcobaça
Num país onde a orla marítima é um hino à beleza e diversidade, as praias de Alcobaça ocupam um lugar quase secreto,.
Vale Furado, revela-se a meros quilómetros da célebre Praia do Norte.
Lá, uma cascata originária de uma nascente oculta oferece o convite raro para um banho fresco.
20. Praia de Paredes da Vitória – Alcobaça
Já a Praia de Paredes da Vitória é uma ode à família, quadro pintado com pinceladas de alegria.
Com a vazante do mar, pequenas lagoas emergem à foz do rio, transformando-se em diversões naturais para a pequenada.
O olhar foca-se no rochedo que a circunda, carinhosamente chamado Falésia do Castelo ou Leão.
21. Praia da Pedra do Ouro – Alcobaça
A extensão de areia alva é pontuada por encostas quase negras, cenário idílico para pescadores. É um lugar onde o vento canta e a ondulação do mar reina.
No auge da maré, reclama quase todo o território arenoso. Estamos a 5 km de São Pedro de Moel.
22. Praia São Pedro de Moel – Marinha Grande
Na linha costeira onde o Atlântico não se cansa de desenhar esculturas de sal e espuma, encontramos São Pedro de Moel, a meia hora de São Martinho do Porto pela N242.
Este é um palco onde a floresta de pinheiros se curva respeitosamente perante o reinado do oceano.
Vendedores de rua, escolas de surf, e restaurantes constroem o quotidiano deste recanto.
Mas a natureza tem a última palavra: nevoeiro matinal que parece sair dum romance e pôr do sol que serve de abertura para as noites festivas.
23. Mosteiro da Batalha
A quarenta minutos de São Martinho do Porto, como se emergisse duma lenda antiga, levanta-se o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, que o povo, prático, chama Mosteiro da Batalha.
A praça que o antecede é um átrio grandioso onde a estátua e Dom Nuno Álvares Pereira parece pronta a galopar.
Lançada a primeira pedra em 1386, a fachada é um estudo avançado em elegância gótica.
Dom João I colocou ali a primeira pedra num gesto de gratidão divina pela vitória em Aljubarrota. Entre as naves majestosas, repousam reis e infantes.
24. Castelo de Porto de Mós
Porto de Mós resguarda o seu castelo, frequentemente associado a Dom Fuas Roupinho, cavaleiro eternizado pelos versos de Camões e pela Lenda da Nazaré.
Dom Dinis ofereceu-o à Rainha Santa Isabel, talvez como quem oferece um poema feito de herança.
E foi aqui que as forças de Dom Nuno Álvares Pereira acamparam antes da batalha que selaria o destino duma nação.
25. Grutas de Mira de Aire
São a maior catedral subterrânea do país, uma obra de arte, esculpida pela Natureza ao longo de milénios.
O percurso visitável é um mero resumo da sua grandiosidade, segmento de 600 metros num universo de 11.500.
Descer 110 metros abaixo da superfície terrestre é um mergulho noutra realidade, um cosmos de estalactites e estalagmites, num ambiente cuidadosamente iluminado.
E quando, uma hora depois, o elevador nos transporta de volta à superfície, é como se emergíssemos dum sonho profundo.
Como Chegar à Baía de São Martinho do Porto?
De Carro:
Pea A8 e A1, São Martinho do Porto encontra-se a apenas 40 km de Leiria, 90 km de Lisboa, 120 km de Coimbra e 230 km do Porto.
De Autocarro:
Autocarros rodoviários, seguros e regulares, ligam diariamente São Martinho a diversas cidades. Consulte Rede Expressos ou Rodoviária do Oeste para ancorar nesta baía encantadora.
De Comboio:
Através da Linha do Oeste, serve São Martinho com as suas locomotivas, especificamente o “Intercidades” que liga Lisboa a Figueira da Foz.
Quando Visitar São Martinho do Porto?
É quando o termómetro parece ter decidido firme de não nos fazer tremer nem suar em demasia. Mas se pensa em praia, quererá mirar em julho e agosto.
Por quê? Bem, é quando os ventos também decidem tirar férias.
E não qualquer vento, mas a nortada, essa brisa do Norte que pode ser mais teimosa que uma porta que range.
Nos dias que está ausente, o sol brilha sem o feroz sopro do vento para estragar a diversão.
Um pouco de história
São Martinho do Porto foi outrora um dos portos de mar de Alcobaça, foi doado por Dom Afonso Henriques à Ordem de Cister no século XII.
A sua história é rica em pesca e construção naval, desenvolvendo-se em torno da pitoresca baía.
No XIX se tornou um retiro estival para a aristocracia portuguesa, ganhando a descrição humorística: Bidé das Marquesas. Alguns Edifícios em estilo arte nova lembram-nos esta belle époque balnear.
