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Caldas da Rainha o que visitar

Venha visitar Caldas da Rainha! Nas margens da região Oeste de Portugal, a 10 km do Oceano Atlântico e 90 km a norte de Lisboa, continua intocada pelo turismo de massa.

Com um parque romântico, mercado de agricultores vibrante, museus, lojas, e uma cornucópia de restaurantes, cafés e bares.

É, também, um refúgio de arte. Com escolas dedicadas ao design e cerâmica, e ostenta no centro arquitetura Art Nouveau com fachadas azulejadas.

Roteiro do que ver e fazer nas Caldas da Rainha e arredores

1. Visitar o Parque Dom Carlos I

Nas entranhas de Caldas da Rainha, emerge o Parque Dom Carlos I, herança viva do passado termal.

Aqui, barcos deslizam pelas águas do lago, convidando a um passeio romântico neste santuário erguido por Dom João V.

Os patos, pavões e cisnes são moradores deste recanto, onde a natureza convive com campos de ténis e parque infantil.

Originalmente, era um santuário de cura, onde os pacientes do antigo hospital termal buscavam alívio.

Contudo, no século XIX, o arquiteto Rodrigo Maria Berquó transformou-o numa tapeçaria de lazer, com alamedas, coreto e lago.

Representação do parque dom carlos no século XIX

2. Ver o Museu José Malhoa

Nas paredes do Museu, residem as almas pintadas por Malhoa, magnífico retratista do mundo rural e das tradições portuguesas.

Malhoa é a prova viva de que talento não olha a origens nem a diplomas. Ele veio do povo, e foi o povo que o consagrou.

Enquanto muitos narravam os feitos dos artistas em Paris, Malhoa arregaçava as mangas e brilhava.

3. Visitar o Museu do Ciclismo

Na sombra protetora do Parque, a Rua de Camões abriga um recanto insuspeito: o Museu do Ciclismo. Com entrada grátis e curadoria apaixonada, é um relicário de bicicletas, fotografias e acessórios que narram episódios do ciclismo militar e desportivo.

4. Onde comer em Caldas? Restaurante o Tacho

Um part de minutos do parque, na Travessa do Parque, encontra-se o Tacho.

O cozido à portuguesa ou cabrito assado, se figurarem na ementa, são quase uma epifania. E o doce da casa com cavacas serve muito bem como epílogo.

Morada: Travessa do Parque 15, 2500-266 Caldas da Rainha

Telefone: 262831252

5. O que fazer? Praça da República – Praça da Fruta

Na Praça da República, conhecida como Praça da Fruta, o frescor do campo encontra a agitação da cidade.

Diariamente, as bancas erguem-se como um arco-íris de opções: frutas, legumes terrosos, doces regionais e até azeite.

É herdeiro duma tradição que remonta ao século XV, legado da própria Rainha D. Leonor, que presenteou os locais com este espaço.

Rota Bordaliana

Ao percorrer as vias urbanas, se deparará com diversas esculturas em homenagem a Rafael Bordalo Pinheiro, integrantes da Rota Bordaliana. Delineia o caminho que costumava fazer desde que descia do comboio.

6. Ver o Chafariz das Cinco Bicas

A escassos passos da efervescente Praça da Fruta, o Chafariz das Cinco Bicas ergue-se, Último, sobrevivente dos três chafarizes do século XVIII, ostenta não uma, mas cinco bicas.

7. Visitar a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo

Recentemente restaurada, a Igreja da Nossa Senhora do Pópulo é um ícone da arquitetura Manuelina.

A sua torre sineira quadrangular é uma sentinela vigiada por quatro relógios, abraçada pelas armas de Portugal a nascente e esculturas quinhentistas a poente.

O interior revela-se um santuário de azulejos azuis e amarelos.

8. Termas – Ver o Hospital Termal Rainha Dona Leonor

O Hospital Termal se erige como um santuário de bem-estar que perdura desde 1485.

Foi a própria Dona Leonor, esposa de Dom João II, que ergueu o hospital após presenciar os doentes de “frialdades” encontrando alívio nas águas termais.

representação da Dona Leonor

Vendeu joias e terrenos para o financiar. O destaque é a piscina da rainha, onde se diz que a monarca banhava. Rei Dom João V veio aqui 14 vezes.

9. O que fazer? Loja da Fábrica – Rafael Bordalo Pinheiro

Loja da Fábrica

Ao cruzar a Rua Rafael Bordalo Pinheiro, encontrámo-nos com a Loja da Fábrica – Bordallo Pinheiro, celebração da arte cerâmica que teve o seu apogeu no século XIX.

Há muita sedução, muita beleza nestas peças. Pratos esculpidos em forma de folha de couve são apenas a ponta criativa.

No século XIX, a Fábrica que teve como diretor artístico Rafael Bordalo Pinheiro, que nos brindou com a figura Zé Povinho. Criticava a carga dos impostos e a corrupção.

Todos os partidos falavam do povo, está claro. E com o seu gesto de “Toma!” dizia tudo: “Blá blá blá, não cola!”

Um poema anónimo da época captura o mesmo sentimento:

“De minuto a minuto irrompe um
grito novo
O absolutista
Ó Povo!…
O conservador
Ó Povo!…
O Liberal
Ó Povo!…
O Progressista
Ó Povo!…
O Republicano
Ó Povo!…
O Internacionalista
Ó Povo!…
O Povo
Se me dessem, Meu Deus! por cada
invocação
mais um banco d’escola ou um
ceitil de pão!”

E dentro da tradição cerâmica não podemos esquecer a loiça “depravada” das Caldas. Segundo se conta, o rei Dom Carlos gostava de presentear convidados espanhóis com algo… memorável.

10. Ver o Museu da Cerâmica

Nas imediações, o Museu da Cerâmica nos aguarda. Fica na antiga Quinta do Visconde de Sacavém, o palacete tardo-romântico com jardins que sussurram amores do século XIX.

Tem um custo de €3. No interior, a cerâmica narra histórias das Caldas da Rainha e de terras além-mar, em peças que capturam a essência dos séculos.

11. Visitar o Museu Barata Feyo

Adjacente a nós repousa o Museu Barata Feyo, convite gratuito ao mundo do escultor, ensaísta e pedagogo Salvador Barata Feyo.

Imortalizou cada figura com um estudo minucioso da sua essência. A casa foi concebida pelo seu filho, o arquiteto António Barata Feyo e o museu veio à luz em 2004.

Faz parte do mosaico do Centro de Artes, iniciativa municipal que congrega notáveis acervos de escultura portuguesa do século XX: Atelier-Museu João Fragoso, Atelier-Museu António Duarte, Museu Leopoldo de Almeida e Espaço da Concas.

12. Ver o Museu Leopoldo de Almeida

Em proximidade ergue-se o Museu Leopoldo de Almeida, que nos desvenda a obra dum escultor cujos trabalhos cruza frequentemente sem saber.

Entre seus feitos mais notórios, destaca-se o Monumento aos Descobrimentos e a estátua equestre de D. João I.

Habita num edifício esculpido por dois arquitetos genros do mestre.

13. Onde fazer compras? La Vie Caldas da Rainha

Se anseia por uma arena de comércio em Caldas da Rainha, o La VIE é o seu porto seguro.

Um pulo e já está, passeio de cinco minutos pela Rua Vitorino Fróis do Parque Dom Carlos. Desenrola-se em três níveis recheados de lojas, com cinema e área de restauração.

14. Onde ficar? SANA Silver Coast Hotel

À sombra do centro comercial, do parque e do núcleo histórico, levanta-se o Sana Silver Coast Hotel, com fachada neoclássica (século XIX).

Dispõe dum bar, salão céu-aberto apelidado de Terrace Café e o Restaurante Lisbonense,

Os quartos, em sua estética neoclássica, emanam elegância e são espaçosos, oferecendo um recanto de higiene com duche e banheira.

O pequeno-almoço, banquete em miniatura, surpreende em variedade e excelência.

15. Mata da Rainha Dona Leonor – Visitar nas Caldas da Rainha

Do centro pulsante das Caldas e, cinco minutos pela N114-1, adentramos pela Mata da Rainha, guarda-mãe das fontes termais que irrigam o Hospital Termal.

Como o nome indica, é legado da rainha Leonor de Avis. Com o cair da tarde, o parque veste-se de dinamismo, abrigando corredores e entusiastas da ginástica.

16. Fábrica de Cavacas das Caldas

Prosseguindo pela N114-1 por mais cinco minutos, a Fábrica de Cavacas das Caldas se revela. As cavacas, doces emblemáticos da região, são objeto de apreço constante.

A modernidade do edifício coabita com a simpatia do serviço.

A herança doceira remonta às irmãs Rosalina e Gertrudes Carlota, artesãs da doçaria na corte do rei Dom Carlos. Regressaram à terra natal, criando a tradição das Cavacas no Largo do Hospital Termal.

Praias das Caldas da Rainha e Arredores

Para os viajantes sedentos por um idílio à beira-mar, Foz do Arelho emerge com praias atlânticas a escassos 10 km das Caldas.

17. Passadiços da Foz do Arelho

O perfil caprichoso da encosta brinca com nossa visão do Atlântico, revelando-o e ocultando-o num jogo de sobe e desce pelas escadarias que vencem o relevo.

Em dias de céu aberto, até as Berlengas (leia visitar ilha das Berlengas) delineia no horizonte, assim como os contornos da costa de Peniche. Aqui, o por de sol é mágico.

18. Praia da Foz do Arelho – Lagoa de Óbidos

No encontro entre a Lagoa de Óbidos e o Atlântico surge a Praia da Foz do Arelho.

À beira da lagoa, águas mansas tecem o recanto ideal para a infância. Em contrapartida, surfistas acham seu Éden no mar.

19. Miradouro de Salir do Porto

Ao rumarmos dez minutos para norte, pela estrada atlântica, alcançamos o Miradouro do S. do Porto.

Palco elevado que nos brinda com panoramas grandiosos sobre a praia de São Martinho do Porto. De acesso fácil.

20. Praia de Salir do Porto e Paul de Tornada

Praia fluvial encantadora, torna-se o cenário idílico para os mais jovens. Estacionamento, bar e piscina municipal complementam as comodidades.

O areal é vasto com passadiços que cortam a paisagem. Menos concorrida que a vizinha São Martinho do Porto (leia Visitar São Martinho do Porto).

21. Praia São Martinho do Porto

A baía, resguardada das fúrias oceânicas, é uma maravilha. Parece esculpida para o júbilo familiar. A marginal, pontuada por comércios e refúgios gastronómicos, incita à exploração.

22. Gelatomania São Martinho do Porto

Em compasso com o ritmo da marginal: Gelatomania. Waffles generosos, e crocantes na essência. Uma irmã na Nazaré, igualmente disputada, amplifica o renome desta insignia.

23. Miradouro do Cruzeiro

Do cume do Miradouro do Cruzeiro, os nossos olhos se rendem à vista completa da vila de São Martinho do Porto. Recanto supremo para testemunhar o por de sol.

No ápice do morro, repousa o Cruzeiro de Santo António (1940) que celebra o VIII Centenário da Independência e o III Centenário da Restauração de Portugal.

24. Miradouro do Facho

A escassa distância, quilómetro, um novo mirante: o Miradouro do Facho. Palco sublime para uma caminhada ao por de sol, mergulhos introspetivos ou simplesmente perder-se no horizonte.

O que visitar a norte das Caldas da Rainha

Prosseguindo para o norte, sem nos apercebermos, adentramos os territórios da Nazaré, onde a serra beija um atlântico turbulento.

25. Praia do Salgado

Das Caldas, são trinta minutos até o areal que se desdobra em 5 km de extensão. O mar bravo impõe respeito; bandeira frequentemente amarela ou vermelha.

Na época balnear, a praia oferece comodidades como casas de banho, nadador-salvador, bar-restaurante à entrada e estacionamento.

26. Praia da Nazaré – Visitar a Nazaré

No centro da vila da Nazaré, uma praia magnífica desenha-se. Atlântico pulsante, com um abraço mais gentil junto à falésia do Sítio. As barracas coloridas evocam a tradição.

Dispõe de várias comodidades e estacionamento que frequentemente se revela insuficiente. Ao ascendermos ao Sítio da Nazaré somo recompensados com um panorama que nos rouba o ar.

27. Farol de São Miguel Arcanjo

É o observatório supremo para as ondas que desafiam o coração humano. Estas marés titânicas são um espetáculo sazonal, reinando sobre o oceano no inverno.

O interior do forte é uma liturgia ao surf, ostentando pranchas que foram palco de epopeias aquáticas.

28. Mosteiro de Alcobaça – o que visitar em Alcobaça

Um pulo de meia hora pelas veias da A8 nos leva ao silêncio venerável de Alcobaça, ecoando o legado de Dom Afonso Henriques, imerso na devoção mariana.

O majestoso templo é um titã do gótico que desafia os céus.

Abraça a Ordem de Cister sob o olhar benevolente de Bernardo de Claraval, cujas raízes entrelaçam-se com os templários, cruciais na alquimia que forjou Portugal.

A sul das Caldas da Rainha – Locais a visitar

Ao sul de Caldas da Rainha, temos uma tapeçaria de história, espiritualidade e marés.

29. Visitar Óbidos

Óbidos é um relicário medieval de muralhas robustas. A vila revela os seus segredos em ruelas labirínticas.

Suas lojas, cápsulas do tempo, sussurram tradições.  As casas pálidas completam o cenário.

30. Bacalhôa Buddha Eden

No coração de terras vinícolas, o Bacalhôa Buddha Eden emerge como o maior jardim oriental de toda a Europa.

Entre budas e lagoas habitadas por carpas e tartarugas, é um manto sagrado de serenidade, convidando à introspeção.

31. Praia do Bom Sucesso

Do outro lado da foz, a Praia do Bom Sucesso é um portal onde dois mundos convergem: o oceano indomável e a lagoa tranquila.

32. Onde Dormir? Bom Sucesso Resort

Sob o véu da Lagoa de Óbidos, o Bom Sucesso Resort ergue-se como um resort de luxo e conforto.

As Villas esculpidas são ninhos de privacidade com pátios que se abrem para jardins. Aqui, entre o azul das piscinas e o verde dos campos de golfe, a alma encontra o que a urbanidade sufocou.

Baleal – o que fazer em Peniche

A península de Baleal é uma relíquia geográfica que se estende ao norte de Peniche.

33. Praia Baleal Norte

A Praia do Baleal Norte, com a sua lança de ondas, desafia os surfistas a duelos épicos de adrenalina. Para os destemidos, é uma arena imperiosa e convidativa.

34. Praia Baleal Sul

Baleal deve ter signo de gémeos, pois esta é a antítese da irmã tempestuosa.

Aqui, o mar acaricia as areias. Pontuada pela presença de bares que agem como intervalos para saciar o corpo.

35. Fortaleza de Peniche

Erguida no amanhecer do século XVI como um bastião de defesa, foi adulterada na sua missão, quando os ventos funestos do Estado Novo a transformaram numa prisão política.

Dentro de seus muros, o Museu Nacional Resistência e Liberdade presta eloquente testemunho à repressão fascista.

Como Chegar a Caldas da Rainha

De Carro:

Vindo do Sul: A apenas 90 km do Aeroporto da Portela, em Lisboa, Caldas da Rainha surge após um trajeto breve pela A8 – menos duma hora.

Vindo do Norte: A A8, a veia rodoviária que une o Oeste, cruza-se com a A1 em Leiria. A EN1 é uma rota alternativa para os que preferem desviar-se das vias rápidas.

De Autocarro:

A teia da Rede de Expressos estende-se por todo o país, ligando Lisboa a Caldas em apenas 45 minutos e o Porto em 2h30. A Rodoviária do Oeste também se apresenta como uma opção.

De Comboio:

Apesar de algumas estações carecerem de ligação direta, o comboio permanece uma alternativa bucólica para chegar a Caldas. Consulte mais opções online

Cidades perto da Caldas da Rainha:

Para sul, encontra Óbidos – 15 minutos pela N8. Pela A8 tem Torres Vedras a meia hora, Lourinhã (35 minutos pela N247), Ericeira a 50 minutos.  Para oeste descobre Peniche (25 minutos pela IP6). Para este fica Santarém – 40 minutos pela A15.

Para norte pela A8 tem São Martinho do Porto (20 minutos pela A8), Alcobaça (25 minutos), Nazaré (meia hora), Batalha e Porto de Mós (40 minutos). Fátima dista 50 minutos, passando por Leiria.

Quando ir a Caldas da Rainha?

Caldas da Rainha desfruta dum clima Mediterrâneo de verão ameno. O inverno é suave, com temperaturas a rondar os 6 °C, e a neve é um fantasma raro.

  • Aventuras ao ar Livre? Maio a setembro, quando a natureza colabora.
  • De julho a agosto para os que anseiam os banhos de sol nas praias das Caldas.
  • Aficionados da Cultura? Abril, maio, setembro e outubro sãos ideais para imersão em museus, na doçaria, cerâmica e arquitetura.
  • Melhor Época para Viajantes Económicos? Novembro a fevereiro.

Um Pouco de História

Fundada pela rainha Leonor de Avis (mulher de Dom João II) em 1485. Ecoa o encontro da monarca que vinha de Óbidos (sua terra dada pelo rei) com camponeses que lhe revelaram o segredo curativo das águas.

Assim, a rainha da misericórdia, protetora de Gil Vicente, edificou um hospital termal, patrocinado pela venda de joias e terras.

O século XIX ergue-se como a era dourada das termas caldenses. Paralelamente, a cerâmica deixa o seu manto utilitário e ascende à dignidade das artes.

Elevada a cidade em 1927, torna-se um refúgio nas guerras que rasgaram o século XX. Foi palco duma tentativa de revolução contra o Estado Novo, precursora da Revolução dos Cravos.