As Ilhas Desertas, filhas vulcânicas do arquipélago da Madeira, flutuam a sudeste da ilha da Madeira. Aqui, Jacques Cousteau declarou ter encontrado as águas mais cristalinas do mundo, profundo elogio vindo de quem vem.
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Compostas por três irmãs insulares — Ilhéu Chão, Deserta Grande e Bugio — essas ilhas são joias incrustadas bem perto da freguesia de Santa Cruz.
Em dias de céu limpo, suas cores âmbar e coral lançam reflexos hipnóticos, admirados a partir da costa sul da Madeira.
Separadas por apenas 15 milhas náuticas da Ponta de São Lourenço, estão bem ao nosso alcance.
Apesar do seu acesso restrito, algumas empresas operam do Funchal, passeios dum dia que permitem um vislumbre deste habitat.
A Deserta Grande, a maior das três, oferece refúgio aquático. É neste cenário que profissionais do Parque Natural da Madeira recebem os escassos visitantes numa casa de abrigo à beira-mar.
Passeio de Barco nas Ilhas Desertas – Deserta Grande
Embora seja um dia longo — começando ao alvorecer no Funchal e terminando com o pôr do sol por volta das 18h — a excursão às Ilhas Desertas num catamarã ou barco é uma aventura inesquecível.
Acomodações a bordo incluem casas de banho e um bar, garantindo conforto.
Já no mar aberto, somos frequentemente acompanhados por baleias que irrompem a superfície, golfinhos que dançam ao ritmo das ondas, e aves marinhas como vigias do céu.
Ao nos aproximarmos, a costa escarpada e rochosa encanta. Ancoramos com antecipação e desembarcamos, prontos a explorar.
Aqui, sob a orientação de vigilantes da natureza, mergulhamos nas paisagens áridas, ricas em biodiversidade.
Caminhamos por terrenos rochosos, pontilhados de cores vibrantes, na busca dum encontro com as raras e encantadoras focas-monge. O interior, menos imponente, é um mosaico de vegetação herbácea e arbustos.
O clima sofre uma reviravolta ao ouvir sobre a presença de uma tarântula endémica, aclamada como a maior da Europa, com patas que se estendem por surpreendentes 12 cm.
“Uma tarântula de 12 cm? Aqui?” ecoamos entre nós olhando para o chão…
Depois de um dia fascinante de exploração subaquática, voltamos ao barco onde um delicioso almoço nos espera.
À medida que o barco começa a se afastar, rumo de volta à ilha da Madeira, com o sol a baixar no horizonte e o céu tingido com tons de laranja e dourado, é difícil não sentir gratidão.
Esta excursão, perfeita para famílias e amigos que procuram uma aventura fora do comum, pode ser reservada a partir de €80. Para mais informações clique aqui.
A proclamação de Reserva Natural em 1992 atuou como um farol, acendendo focos de conservação especialmente voltados para o Lobo-Marinho, em vias de extinção.
A sua elevação a “Reserva Biogenética” pelo Conselho da Europa, confirma a sua importância no diadema da biodiversidade global.
Aquilo que é humano aqui é silêncio e respeito: passeios náuticos, embalados em regulamentos e cautela, deslizam pelas águas circundantes. As flechas da caça submarina são banidas como invasoras indesejadas.
Ilhas Desertas são as Ilhas Selvagens na Madeira?
Ambas, Ilhas Selvagens e Ilhas Desertas, são filhas do arquipélago da Madeira, mas divergem nas suas singularidades, tanto geográficas, ecológicas e turísticas.
Ilhas Desertas:
• Localização: Repousam a sudeste da ilha-mãe Madeira.
• Ecologia: São o último lar da mística foca-monge do Mediterrâneo.
• Turismo: Acesso restrito, com excursões marítimas, sempre sob o olhar cauteloso da conservação.
Ilhas Selvagens:
• Mais próximas das Canárias do que da ilha da Madeira.
• Santuário restrito de aves marinhas e outros habitantes.
• Inacessíveis à maioria.
Não as confundas com a “Ilha Deserta” de Faro (Ilha da Barreta), que apesar do nome similar, é um cenário diferente, nas águas do Parque Natural da Ria Formosa, no Algarve.
