O tempo parece deter-se sob o beijo constante do sol, tornando-se um refúgio por aqueles a ansiar pela melodia da natureza e pelo dourado dos dias.
O Que Visitar Na Madeira lhe proporciona um mergulho na ilha. E para Funchal, não deixe de consultar O Que Fazer No Funchal.
É delimitado por Calheta a oeste, São Vicente a norte, Ribeira Brava a este, sendo abraçado pelas águas serenas do Atlântico a sul. É um recanto madeirense e o espaço mais quente da ilha.
Contudo, a terra não se deita serenamente sob essa luz; ela é recortada, acidentada, esculpida pelas mãos caprichosas do tempo. Seus campos exibem com orgulho as bananeiras e as vastas extensões de cana-de-açúcar, tocando os corações de quem por aqui passa.
1. Praia da Ponta do Sol
Ao percorrer os 160 metros desta praia, somos abraçados pelas escarpas majestosas, sentinelas contra as veementes carícias do mar.
Ao longe, um murmúrio – o eterno diálogo entre ondas e calhaus. Os balneários, modestos, mas dignos, oferecem-nos duches e confortos essenciais. Há ainda campo desportivo e bar.
2. Cais da Ponta do Sol
Num canto emblemático junto à Praia da Ponta do Sol, ergue-se um miradouro que, audaz, avança mar adentro, desafiando as águas.
Esta obra, esculpida nas rochas e ligada ao continente por uma antiga ponte de pedra, é testemunha do século XIX, fruto da visão de Tibério August Blanc e da iniciativa da Câmara.
E, se nos permitirmos um olhar mais demorado, encontraremos nas entranhas da rocha a memória de uma antiga masmorra, reinventada como um restaurante.
3. Restaurante Sol Poente
Após o abraço fresco das águas da Ponta do Sol, o Sol Poente ergue-se para nos secar. Esta varanda, que beija a orla, é um palco para o adeus do sol… Que delícia de pôr de sol!
A ementa oferece uma vasta escolha entre mariscos e carnes. Generosas porções despertam sabores antigos. O peixe-espada, qual poema, destaca-se.
Morada: Cais da Ponta do Sol
Telefone: 291 973 579
4. Igreja Nossa Senhora da Luz, Ponta do Sol
No alvorecer do século XV, pouco após a ilha ser revelada aos olhos dos homens, Ponta do Sol começou a ganhar cor e vida, por mãos vindas do Minho, das Beiras e do Algarve. A Ponta do Sol tornou-se um pulsar de atividade, um núcleo do ouro branco que era o açúcar.
E, claro está, surge a Igreja de Nossa Senhora da Luz, monumento ao fervor religioso da época, nascido nos estertores do século XV.
Era uma pequenina capela em honra de Nossa Senhora do Patrocínio, erigida pelo espírito de Rodrigues Eanes, um dos pioneiros que ousou chamar a Ponta do Sol de lar.
Mas o tempo, em sua inexorável marcha, trouxe mudanças: e no século XVIII ganha uma fachada mais grandiosa. E seu teto, com ecos hispano-árabes, revela segredos em cada entalhe, em cada figura…
5. Restaurante The Old Pharmacy
Próximo ao templo sagrado, numa ruela onde a melodia do mar ainda se faz ouvir, descobre-se “The Old Pharmacy”. Lá, tapas e petiscos deliciosos reinam.
Este refúgio, uma vez o local de curas e remédios, foi habilmente metamorfoseado num recanto de sabores. Onde, entre garfadas e goles, se desvenda a história e se compra um pedaço destas memórias em souvenirs.
Morada: Rua Doutor João Augusto Teixeira 23:
Telefone: 291 974 105
Onde Ficar? Estalagem da Ponta do Sol
Erguido sobre a majestosa falésia que desafia o atlântico, encontramos um refúgio numa antiga quinta, a um breve passeio do coração da Ponta do Sol.
No quarto, o espaço e a limpeza são um manifesto de conforto – cama grande, e janelas que, do teto ao chão, são portas para as varandas. A piscina toca o horizonte. A alvorada é saudada com um pequeno-almoço requintado, onde a pastelaria e os sumos são cuidadosamente servidos.
6. Levada do Moinho
Junto à Igreja da Lombada da Ponta do Sol, uma estreita senda aguarda os corações desbravadores, levando-os à antiga levada.
Um percurso sinuoso de 10,5 km, onde os vestígios dos antigos moinhos das Achadas, assim como da imponente Levada Grande, evocam memórias.
Era a cana-de-açúcar que, ao pisar este solo fértil, conferia às levadas na ilha relevância sem igual. A sua sede constante por água moldou as terras e direcionou as correntes, transformando-as em veias vitais do lugar.
O olhar perde-se no esplendor do vale e da charmosa vila Ponta do Sol. E, ao avançarmos, a Floresta da Laurissilva nos acolhe num manto profundo.
A rota convida-nos a atravessar um corredor subterrâneo, esculpido com mestria na montanha, onde a água, em sua dança etérea, despenha-se do alto com fervor.
7. Paul da Serra
Nos confins de Ponta do Sol, ergue-se um cenário insólito: o Paul da Serra, único planalto da ilha, que se eleva majestosamente a 1500 metros de altitude.
Em dias límpidos, desvenda panoramas das costas norte e sul, num contraponto com a orografia madeirense repleta de vales e montanhas.
O Pico Ruivo do Paul, coroa este vasto planalto, trono privilegiado para observar o Atlântico, que banha ambas as faces da Madeira. A vegetação, parcimoniosa, resume-se a tapetes de erva densa.
8. Miradouro da Bica da Cana
Também incrustado no Paúl da Serra, o Miradouro da Bica da Cana é um balcão para montanhas e vales. A imensidão da paisagem é, por vezes, temperada pela melancolia das nuvens, que, como um véu, adicionam uma aura de mistério.
9. Cascata dos Anjos
A escassos 1,5 km a oeste do coração de Ponta do Sol, a caminho da Madalena do Mar, descortina-se esta queda de água. Com vigor, a água límpida despenha-se, ansiando pelo seu encontro com o Atlântico.
E enquanto flui, ora nos beija o rosto, ora nos presenteia com um fugaz arco-íris…. Um aviso aos desavisados: os pés devem dançar com cautela, pois o chão, seduzido pela água, pode-nos trair com a sua lâmina escorregadia.
10. Igreja de Santa Catarina – Madalena do Mar
No distante século XV, surge a figura enigmática de Henrique Alemão, que alguns sussurram como Rei Ladislau III da Polónia. A ele atribuem o peso dum combate em Varna, em 1444, onde os braços cristãos se vergaram aos turcos.
Henrique Alemão se refugia sob o olhar protetor do rei português Dom Afonso V, acolhido pelas terras generosamente cedidas pelo Infante Dom Henrique e tratado com reverência pelo 1.º capitão do Funchal: João Gonçalves Zarco.
Em Madalena do Mar, Henrique ergue não só uma quinta, mas também uma capela em homenagem a Santa Maria Madalena.
O tempo transformou aquela capela nesta igreja que vemos, um estandarte da arquitetura sacra madeirense.
No Museu de Arte Sacra do Funchal, uma pintura chamada “Encontro de São Joaquim e Santa Ana junto da Porta Dourada” desperta curiosidade…Dizem que nela repousam as feições de Henrique Alemão e de sua consorte algarvia, Anes, com quem partilhou o amor e 2 descendentes.
11. Praia de Madalena do Mar
A imponente Praia da Madalena do Mar revela-se num manto de calhaus. A natureza, ali, desenha cenários de pungente dramaticidade, com destaque para um promontório rochoso que se ergue, altivo, a marcar um dos confins da praia.
O convite está feito: estender as toalhas e deixar-se embalar pelo som do mar.
O que visitar por perto:
Para Oeste
Museu Etnográfico da Madeira
No coração da Ribeira Brava, ergue-se o Museu Etnográfico da Madeira. Abraçado por paredes dum antigo solar setecentista, este espaço reverencia a alma e os ecos da história madeirense.
Praia da Calheta
Continuando para oeste, chegamos à pacífica Praia da Calheta, que com seus braços de areia nos acolhe sob o sol generoso.
Piscinas de Porto Moniz
No Noroeste, Porto Moniz nos aguarda com as suas icónicas piscinas naturais. Estas esculturas geológicas, talhadas pelo mar e pelo tempo, são uma delícia.
Para este:
Fajã dos Padres
Refúgio natural cravado na costa meridional da Madeira, delimitado por escarpas imponentes. Descer pelo teleférico é uma experiência em si. Ao final da descida, o restaurante e a pequena praia alimentam o corpo.
Cabo Girão
Do alto do Cabo Girão, o olhar viaja. Suspensos no segundo cabo mais alto do mundo, somos brindados com um tapete panorâmico onde se desenha, lá em baixo, Câmara de Lobos e, ao longe, Funchal.
Em Funchal
Teleférico do Funchal
Elevando-se do coração pulsante do Funchal, o teleférico transporta-nos numa serena dança aérea até à serenidade do Monte, recanto alpestre que se aninha sobre a cidade.
Em escassos quinze minutos, flutuamos por cima de casarios e veredas, vendo a cidade diminuir à medida que nos elevamos.
Monte Palace Madeira
No Monte, o Monte Palace Madeira desvenda-se como um exuberante santuário. O farto jardim, que alberga plantas oriundas de recantos longínquos do planeta, é pontuado por peças de arte asiática e elegantes painéis de azulejo português.
Jardim Botânico da Madeira
Contudo, o Monte Palace Madeira não tem o monopólio da beleza botânica.O Jardim Botânico da Madeira emerge como com uma miscelânea de mais de 2000 plantas. E tudo isto, com o majestoso anfiteatro do Funchal como pano de fundo.