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O que fazer quando chove na Madeira?

Se os céus desaguarem quando esperava sol, a desilusão pode tocá-lo. Mas a Madeira, mesmo sob chuva, é generosa.

Revela surpresas, espaços e momentos.

Consulte Ilha Da Madeira O Que Visitar para informações completas sobre a ilha. Para dicas de roteiros no Funchal: O Que Visitar No Funchal.

1. Experimentar a Culinária Local:

Experimente a gastronomia madeirense em alguns dos restaurantes locais. Pratos como a espetada madeirense, o bolo do caco, a poncha e o vinho da madeira são imperdíveis.

Caves Blandy’s Wine Lodge

A casa da família Blandy, guardiã do vinho insular por sete eras, ergue-se como um ponto de passagem obrigatório: a Blandy’s Wine Lodge.

Em pleno coração do Funchal, neste edifício ancestral os vinhos madeirenses confundem-se com o tempo, amadurecendo com respeito e distinção.

Nas salas do museu, repousam fragmentos da história: uma carta de Sir Winston Churchill, moedas que testemunharam os áureos tempos do banco Blandy e o ancestral lagar de madeira da ilha.

Entre segunda-feira e sábado, as portas abrem-se para visitas guiadas, acolhendo todos, desde o viajante solitário até famílias inteiras.

E, por 12,50 €, a visita de luxo desvenda os mistérios da fabricação de barricas, da conservação em madeiras brasileiras e da magia da transformação da uva.

Golden Gate Grand Café

Justaposto às caves, o Golden Gate Grande Café, relíquia do século XIX, rememora os ecos do luxuoso Hotel Golden Gate, que o tempo não poupou.

As suas paredes e ornamentos suspiram o esplendor de outrora, quando se cruzaram artistas e a distinta elite turística do velho continente.

Oferece uma paleta variada de doces e pães, sem esquecer a emblemática iguaria insular: o bolo da Madeira, um verdadeiro deleite.

Fábrica de Santo António

A um sopro das caves e à sombra do Golden Gate Grande Café, perpetuam-se tradições e sabores na Fábrica de Santo António.

Nos tentam com uma miríade de doces e biscoitos.

Perfeito para adoçar as tardes no hotel ou para presentear aqueles que, após umas férias bem passadas, merecem um mimo.

 Restaurante Londres

Demasiado irónico fazer uma refeição num restaurante de nome “Londres” sob um céu choroso?

Em todo o caso, está a um passo de distância, sendo afamado tanto pelos turistas experientes quanto pelos habitantes locais.

É incontornável a presença emblemática da culinária madeirense: espetadas em todo o seu esplendor, o peixe espada enlaçado pela doçura das bananas e as inconfundíveis lapas a abrir o apetite.

E as doses são tão generosas como a alma madeirense.

Rei da Poncha

Num recanto quase esquecido da histórica Funchal, esconde-se este bar.

Nos dias ensolarados, a esplanada é invadida por uma multidão sedenta, fazendo parecer que todo o arquipélago decidiu beber ali.

Nos dias cinzentos de chuva? Transforma-se numa fortaleza privada.

A especialidade? Poncha.

E para os audazes que buscam aventura, a Poncha a Metro Mix promete uma jornada etílica de sabores.

Taberna do Ruel

A chuva lava as ruas e afasta os turistas.

A zona velha do Funchal enrola-se em si, fazendo-nos questionar se não teremos, inadvertidamente, entrado numa máquina do tempo.

As vibrantes portas da Rua de Santa Maria tentam distrair-nos das gotas que caem do céu, mas é a calorosa Taberna do Ruel que levita as nossas almas.

Entre as espetadas e os polvos, surge um borrego à chefe tão bom que interrogamos: quem conseguiria resistir a tal manjar? Ninguém.

Com refeições destas, que venham mais nuvens.

Design Centre Nini Andrade Silva

Os nossos passos levam-nos em direção ao suspiro da marinha, próximo do Porto do Funchal.

E é ali, embutido nas veneráveis muralhas da Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, que se ergue o Design Centre Nini Andrade Silva.

Outrora refúgio de José Gonçalves Zarco – um dos precursores na descoberta deste arquipélago de sonhos – cintila com um encanto contemporâneo.

No restaurante, reinventam-se os clássicos com um cuidado meticuloso em cada pormenor.

Mas é a exposição permanente que, qual bússola, nos guia pelos recônditos da cultura madeirense… Porventura, por que não enriquecermos esta jornada com mais exposições?

2. Visitar Museus do Funchal:

Explore os melhores museus do Funchal e descubra a rica história e cultura da Madeira

Museu Quinta das Cruzes

A meio do século passado, a morada final de João Gonçalves Zarco metamorfoseou-se num museu.

Pelas salas, encontramos preciosidades em forma de joias: anéis, pendentes, fivelas e tantos outros adornos.

A Porcelana Oriental, fiel à sua origem, resplandece, remontando aos séculos XVI a XVIII.

Mas é o mobiliário de traços britânicos, dos séculos XVIII e XIX, que se destaca com nobreza ímpar.

O jardim desenha-se com delicadeza e paixão. Contudo, nos dias em que o céu se decide a chorar sem contenção, esse mesmo jardim transforma-se num autêntico… pântano poético.

Museu de Arte Sacra do Funchal

 As coleções que este museu abriga, com pinturas, esculturas e ourivesarias, leva-nos a um percurso onde o tempo parece ter-se cristalizado.

É a pintura flamenga, porém, dos séculos XV e XVI, que arrebata os olhares, sendo considerada dentre as mais notáveis da Europa.

No piso superior, somos recebidos pelo São Jorge e Dragão, que, com os seus traços quatrocentistas, nos remete para um tempo distante e mítico.

É impossível não ser tocado pela beleza do “Encontro de S. Joaquim e Santa Ana junto da Porta Dourada”, oriunda da igreja da freguesia da Madalena do Mar e datada da primeira metade do século XV.

Murmura-se entre os corredores que, por trás das figuras dessa pintura, escondem-se as silhuetas do cavaleiro de Santa Catarina, Henrique Alemão, e da sua amada Anes.

Museu CR7

Aninhado no mesmo edifício que acolhe o distinto Hotel Pestana CR7, uma sala repleta de troféus clama pelo olhar atento do visitante.

Ao descer as escadas, imediatamente após a entrada, é impossível não se deixar arrebatar pela presença marcante da taça do Campeonato Europeu de Futebol de 2016, a primeira e única vez que Portugal alçou-se campeão europeu.

A aura de Cristiano Ronaldo paira por todo o espaço. Quatro bolas de ouro e cinco Ballon d’Or tornam-se testemunhos tangíveis de uma carreira extraordinária.

Nas suas traseiras, o Casino da Madeira se ergue, testemunho doutras paixões.

3D Fun Art Funchal

Este recinto, com ares de feitiçaria tecnológica, brinca com a nossa perceção, desafiando-nos a embarcar numa viagem onde o olhar é constantemente ludibriado.

Visualize-se na audaz posição de oferecer conselhos clínicos a Van Gogh, de explorar selvas pulsantes.

Nestas paragens, o chão pode subitamente tornar-se teto, cabeças decapitadas podem fazer parte de cenários de festins e o cosmos inteiro é mero pano de fundo para aventuras aéreas.

E, claro, que melhor maneira de selar a magia do momento do que com um clique fotográfico?

2. Explorar a arquitetura:

A história da Madeira ergue-se em forma de pedra, captando a essência dos tempos que se entrelaçam em séculos de narrativas.

Sé Catedral

Esta joia foi esculpida sob o olhar atento de Dom Manuel I (século XVI), que confiou o projeto ao arquiteto Gil Eanes.

Nada na Madeira, até aquele momento, havia alcançado tal grandeza, tornando-se um marco da influência crescente do Império Português, cujas asas se estenderam por continentes.

Por mais de duas décadas, esta Sé reinou como a maior diocese do mundo, um domínio vasto que se estendia das praias brasileiras às costas misteriosas do Japão.

A sua fachada, dominada por linhas góticas, encobre maravilhas.

No interior, o teto, confecionado com a preciosa madeira insular, rivaliza com as maiores obras de arte do país.

Fortaleza de São Tiago

Na tapeçaria vibrante da Zona Velha, a Fortaleza de São Tiago ergue-se como um emblema de resistência. O seu tom vivido destaca-o audaciosamente no tecido da cidade.

Remonta a 1614, como nos atesta a inscrição gravada na pedra.

Durante o turbilhão das Guerras Napoleónicas no século XIX, abriu os seus braços para abrigar soldados britânicos, adaptando-se às necessidades do momento.

Igreja do Colégio

As portas da antiga sala de aulas ainda sussurram a data inscrita: 1619, um marco que revela a conclusão de um legado.

Os Jesuítas, fervorosos e dedicados, emergiram como pilares espirituais, tornando-se a força tenaz da Igreja Católica e seu Papado.

Dos tempos de ensino sob a chancela dos Jesuítas até 1759, passou pelas reformas educacionais do Marquês de Pombal no século XVIII.

Hoje, esta antiga casa de fé e ensino transformou-se na alma académica do Funchal, servindo como reitoria da Universidade da Madeira.

Palácio de São Lourenço

O Palácio de São Lourenço, junto à Avenida do Mar, é um testemunho silencioso da transformação do Funchal.

No turbilhão do século XVI, quando os primeiros tijolos foram colocados, as suas paredes quase tocavam o oceano.

A sua essência militar cedeu espaço à elegância aristocrática, convertendo-se mais num palácio do que numa fortaleza austera.

Hoje, dentro de suas paredes espessas, encontramos memórias de tempos bélicos guardadas em vitrines.

Teatro Municipal de Baltazar Dias

O Teatro Municipal de Baltazar Dia é um templo de elegância do século XIX.

Inspirado nos sopros do velho continente, o seu desenho bebe das fontes dos prestigiosos Teatro de São Carlos em Lisboa e La Scala em Milão.

Aqueles que se permitem mergulhar em suas entranhas, conduzidos por visitas guiadas, são presenteados com uma jornada única por suas veias pulsantes. Desde a grandiosa sala de espetáculo, passando pelos camarins íntimos.

4. Fazer Compras

A icónica Rua Dr. Fernão de Ornelas serve como palco para esta fusão de tempos: aqui, lojas que guardam histórias centenárias coexistem harmoniosamente com negócios jovens que respiram inovação.

À sombra da imponente Sé Catedral, o artesanato madeirense aflora.

Bordados delicados e intrincados e o doce aroma do bolo de mel são convites irrecusáveis para o visitante. E, para aqueles que buscam uma experiência mais abrangente, há três grandes superfícies comerciais.

Mercado dos Lavradores

O festival de cores e aromas desvenda-se num espetáculo diário.

Frutos exuberantes, flores vibrantes e peixes frescos pintam uma tela viva do quotidiano madeirense.

O edifício, um testemunho arquitetónico, flutua entre o rigor geométrico do Art Deco e a simplicidade do Modernismo.

La Vie Funchal

Entre o labirinto de lojas, destaca-se a familiaridade do Pingo Doce, a elegância da Mango e a modernidade da Worten.

Entre uma compra e outra, pode-se cuidar dos cabelos num dos cabeleireiros ou fazer uma pausa gastronómica num dos restaurantes, tendo o Burger King como referência.

Ali, entre os corredores de compras, eleva-se o Hotel The Vine.

E, como coroa desta joia, o último piso presenteia os visitantes com uma piscina infinita, onde o azul da água se funde com o horizonte, criando uma paleta de cores que parece pintada por mãos celestiais.

Madeira Shopping

Aninhado na parte noroeste do Funchal, perto do Miradouro do Pico do Barcelos e de acolhedores hotéis, ergue-se o Madeira Shopping – o maior centro comercial da ilha.

Os seus vastos 27.000 metros quadrados de área albergam 105 lojas, formando um mosaico de opções: desde marcas de renome internacional até recantos dedicados à eletrónica.

5. Jogar no Casino da Madeira

O Casino da Madeira não é mero ponto de apostas, é um emblema do lazer e do requinte. Ancorado no majestoso Hotel Pestana, criação sublime do Oscar Niemeyer.

Para os mais recatados, ou para quem a sorte no jogo escasseou, os bares oferecem o refúgio perfeito, onde uma bebida bem servida é companheira das conversas.

E se o estômago reclamar, o Restaurante Bahia serve tentações gastronómicas, dignas de serem acompanhadas por performances de nível internacional.

Por fim, mas não menos vibrante, temos a Discoteca Copacabana. Aqui, a festa estende-se até os primeiros raios do sol.

6. Fora do Funchal

Aventure-se além do Funchal e explore tesouros naturais e culturais da Madeira.

MUDAS – Museu de Arte Contemporânea da Madeira

Numa escapadinha a uns meros trinta minutos do fervilhante Funchal, surge, quase como por magia, o Centro das Artes – Casa das Mudas.

Elevado num monte, contempla solenemente o oceano e a pacata vila da Calheta.

 Lá dentro, o tempo viaja entre décadas, desde os anos 1960.

Cruzámo-nos com as precisas linhas geométricas de Joaquim Rodrigo e a irreverente arte de António Areal, que deixou o seu talento ecoar nas gerações futuras, como a de Martim Brion, o neto que também brilha no MUDAS.

Centro de Vulcanismo de São Vicente

Das entranhas da Terra, surgem as grutas de São Vicente, monumentos naturais com uma história de 890 mil anos.

Embrenhámo-nos por galerias iluminadas de forma quase teatral, admirando a água que se derrama pela pedra e se transforma em límpidos lagos subterrâneos.

Museu da Baleia da Madeira

Na vila do Caniçal, em Machico, onde o aroma do mar se mistura com as memórias piscatórias, encontra-se o Museu da Baleia da Madeira.

Lá, o maravilhar foi imediato: utensílios, embarcações e até majestosos esqueletos de baleias confrontam-nos com a grandiosidade do passado baleeiro da ilha.

E, tal como uma moeda com duas faces, o museu não só conta sobre a caça, mas também sobre a sua proteção.

Engenhos do Norte

Em Porto da Cruz, repousa uma pérola industrial – ‘Engenhos do Norte’, cujo nome plural alude à fusão de diversos engenhos de 1927.

A silhueta do local é dominada por uma imponente chaminé de tijolo. No interior, máquinas quase centenárias e métodos que teimam em não mudar.

E a Casa do Rum oferece-nos um gostinho da região com seus destilados.

Restaurante a Pipa

Um saltinho na mesma vila, e eis que o ‘Restaurante a Pipa’ nos chama.

Sua fachada revela uma dança entre o basalto escuro e a madeira quente.

Lá dentro, um convite ao paladar: bifes de atum que enchem a boca d’água e filés de espadarte com a doçura exótica da banana e maracujá.

Filhos do Mar

O Bar Filhos do Mar em Câmara de Lobos, além de ter história gravada em suas paredes, carrega o título da melhor poncha da ilha.

Lá descobrimos, entre outras, a Poncha ‘Vasco da Gama’. Com uma variedade assim, beber torna-se quase um dever cultural.

Taberna da Poncha

Escondida nos recantos mais tímidos da Madeira, em Serra D’Água, a Taberna da Poncha faz uma ode ao despreocupado.

Aqui, o cerimonioso dá lugar ao singelo e real.

A história? Está escrita não em livros, mas em cartões e notas que adornam as paredes, testemunhos de almas que ali se deixaram seduzir.

A poncha é um ritual.

E os amendoins? São mais do que um mero aperitivo: as suas cascas, lançadas ao chão, tornam-se um manifesto de celebração.

Casa de Abrigo do Poiso

Nas entranhas da floresta Laurissilva, num abraço das montanhas, ergue-se a Casa de Abrigo do Poiso.

O seu interior, aconchegante, é um diálogo harmonioso entre vimes e madeira. Se deseja um abrigo da chuva na serra onde o calor e a gastronomia se encontram, Poiso estende a mão.

 E lembre-se: o clima na Madeira é caprichoso; a chuva de agora pode ceder espaço ao sol de logo mais.

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